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Norte de Portugal com nível de inovação semelhante a Madrid

O Norte de Portugal apresenta um nível de inovação similar ao de regiões industrializadas europeias como Madrid, Catalunha e Lazio, indica o relatório Norte Estrutura divulgado esta terça-feira.

“Globalmente, os resultados do Regional Innovation Scoreboard colocam o Norte de Portugal no mesmo patamar das regiões mais industrializadas de países como a Itália, a Espanha ou a República Checa e também de regiões nas quais se situam cidades que são capitais nacionais (Madrid, Roma, Atenas, Budapeste, Lisboa) ou importantes capitais regionais (como Barcelona e Milão, além do Porto”, indica o documento, elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

Segundo o relatório, que identifica as tendências que marcam a evolução económica na região a médio e longo prazo, o desempenho de Portugal em matéria de inovação coloca o país “numa posição mediana [a nível europeu], com o segundo melhor resultado do grupo de ‘inovadores moderados’ e com o 14.º melhor resultado no conjunto dos 28 estados membros”.

Com o objetivo de avaliar e comparar o desempenho dos estados europeus em matéria de inovação, o Eurostat desenvolve anualmente o European Innovation Scoreboard (EIS), um instrumento para identificar os pontos fortes e fracos dos sistemas nacionais de inovação. O Regional Innovation Scoreboard (RIS) é uma extensão do EIS, que permite fazer o mesmo tipo de avaliação para as regiões da União Europeia.

No âmbito do RIS, as regiões são classificadas em quatro grupos (líderes em inovação, inovadores fortes, inovadores moderados e inovadores modestos), sendo que o Eurostat considera ainda três subgrupos dentro de cada um destes, consoante as regiões têm melhores resultados, intermédios ou inferiores.

A edição de 2017 considerou o Norte de Portugal como um “inovador moderado +” (melhores resultados), classificação também atribuída às regiões Centro e Área Metropolitana de Lisboa, com as restantes regiões portuguesas a alcançarem resultados “ligeiramente inferiores”, refere o relatório.

No grupo do Norte estão, no total, 28 regiões europeias, sendo que “grande parte” destas “distingue-se pelo forte peso do setor industrial”, com a Catalunha (Espanha) em primeiro lugar, a par da região de Jihovýchod da República Checa.

Para esta classificação do Norte contribuiu o “comportamento inovador das empresas” da região, que compensa o “desempenho modesto” no que diz respeito à dotação de recursos humanos com formação superior e a “dificuldade em estabelecer ligações, seja com entidades públicas de investigação, seja com outras empresas inovadores”.

O relatório hoje divulgado indica ainda que o Norte registou, nos últimos anos, um melhor desempenho económico do que Portugal, com a Área Metropolitana do Porto a assegurar em grande parte a evolução positiva da economia na região.

Após a recessão económica de 2002 e 2003, “a região do Norte foi capaz de iniciar uma mudança no seu paradigma de desenvolvimento, surgindo empresas com modelos de negócios mais inovadores e diferenciadores, marcados pela aposta em novos fatores de competitividade como a modernização tecnológica, a aposta no capital humano e a prioridade à inovação”.

Numa análise às sub-regiões, o relatório conclui que “resulta claro o caráter determinante do contributo da Área Metropolitana do Porto (AMP) para a evolução global da economia da região do Norte”, sendo que as variações do PIB da AMP “são suficientes para, de ‘per si’, explicar mais de metade do crescimento económico da região do Norte entre 2003 e 2008 e metade do crescimento observado no Norte entre 2013 e 2016”.

Um “cenário ideal” para a evolução económica do Norte implica, segundo o relatório, que “a AMP registe um forte crescimento económico e que “as sub-regiões nortenhas com níveis PIB ‘per capita’ inferiores à média da região do Norte observem níveis de crescimento económico superiores à média da mesma região”.

O relatório simula ainda a trajetória de convergência do PIB ‘per capita’ para os próximos anos e conclui que, a manter-se o ritmo de crescimento entre 2003 e 2016, o PIB per capita do Norte apenas igualaria a média nacional no ano 2044.

Em alternativa, se se tiver por base as taxas médias de crescimento observadas entre 2013 e 2016, o PIB ‘per capita’ da região igualará a média nacional em 2038, assinala.

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