Morreu o escritor luso-luxemburguês com mais livros publicados
Antero Fernandes Monteiro nasceu em Portugal e mudou-se para o Luxemburgo em 1969. No grão-ducado trabalhou primeiro na construção civil e depois numa fábrica. Faleceu dia 14 de setembro em Portugal, aos 73 anos, vítima de cancro.
Após uma doença profissional, reformou-se precocemente e começou a escrever. São inúmeros os romances publicados por Antero Monteiro (na foto acima, datada de 2005) que, quando lhe perguntávamos, costumava ter necessidade de os empilhar para os poder contar. Em 2012, – há 12 anos – revelou ao BOM DIA que eram 25 obras e que vendia cerca de 5.000 exemplares por ano dos seus distintos livros.
Presença habitual no Festival das Migrações, evento dedicado ás comunidades estrangeiras no Luxemburgo, autografava os seus livros pacientemente. Fazia-o também em festas portugusas, nomeadamente nos eventos da Associação Portuguesa de Walferdange de que era sócio.
Muitos dos seus livros deram origem a projetos solidários, pois entregava o valor das vendas a associações e pessoas necessitadas.
Além dos inúmeros livros, Antero Fernandes Monteiro foi correspondente do periódico português A Voz de Chaves e publicou poemas nas antologias portuguesas Verbum (2004), Laços de Palavras (2005) e Poesias V, VII e VIII.
Segundo o Dicionário de Autores Luxemburgueses, nos seus livros, Fernandes Monteiro discute “as relações entre pessoas de diferentes culturas, o amor ao próximo e a fé em Deus. O seu romance “O último dia no inferno” foi publicado em tradução francesa feita pelo seu filho Patrick Dias Monteiro sob o título “Le Dernier jour en enfer”. Em 2016, o autor publicou, sob o título “Anedotas”, um volume de piadas e contos divertidos. “Perdido no deserto”, de 2018, conta com obras inéditas do autor. Para além de alguns contos, o livro contém poemas e reflexões sobre a vida, a esperança, o amor e a vivência do quotidiano.