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Missão de treino da UE tem o apoio de Portugal

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Portugal apoia a proposta de criação de uma missão de treino de alto nível da União Europeia para o exército ucraniano, que vai ser discutida esta terça-feira em Praga numa reunião informal de ministros da Defesa dos 27, disse a ministra Helena Carreiras.

“Da parte de Portugal, o que venho fazer é manifestar de novo o nosso apoio à Ucrânia, como temos feito, e manifestar também a nossa vontade de contribuir para a unidade da UE e dos aliados de um modo geral neste esforço conjunto. E, nesse sentido, apoiaremos uma iniciativa de estender este esforço à oferta de treino, à proposta de uma nova missão de treino das forças ucranianas”, disse a ministra, à chegada à reunião.

A ideia de lançar uma missão de treino da UE para as forças ucranianas foi revelada na semana passada pelo Alto Representante para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, que vai apresentar esta terça-feira a proposta aos 27 Estados-membros, num encontro no qual participa também o ministro da Defesa ucraniano, e surge depois de, em junho passado, Portugal já se ter disponibilizado para treinar militares ucranianos.

“A nossa ideia e a nossa proposta de apoiar com treino as forças ucranianas acaba por ter correspondência nesta proposta também da Comissão e do Conselho e, portanto, creio que a questão será como podemos fazer esse trabalho. Mas seguramente corresponde àquilo que foi e é a nossa intenção de apoio continuado à Ucrânia”, comentou Helena Carreiras.

À chegada à reunião, à qual preside, Borrell assumiu como prioridade a discussão sobre “a ideia de uma missão de treino de alto nível para o exército ucraniano”, e disse esperar que seja alcançada já em Praga a “luz verde política” a esta iniciativa.

“Hoje é uma reunião informal e, por isso, não pode ser tomada nenhuma decisão, mas creio que podemos alcançar um acordo político geral. Mais tarde serão definidos os detalhes. Nós temos um procedimento complexo para identificar objetivos, dimensão, recursos… Mas espero que tenhamos uma luz verde política para esta missão”, declarou o Alto Representante.

Na semana passada, ao dar conta da ideia de criação de uma missão de treino, durante uma conferência em Espanha, Josep Borrell considerou tal “razoável”, face à dimensão e gravidade de um conflito que ameaça prolongar-se, e atendendo a que a UE tem atualmente 17 missões de treino e assistência militar espalhadas pelo mundo, apontando a título de exemplo aquela destacada em Moçambique.

Apontando que haverá também uma discussão sobre “o impacto da guerra para aquilo que são as áreas da segurança e da defesa do ponto de vista das missões e das operações que a UE tem mas também das várias regiões”, a ministra da Defesa de Portugal salientou a importância de a UE estar presente em África.

“Nós temos esta perspetiva de 360 graus e pensamos que estar em África é importante. É importante porque muitas das ameaças que enfrentamos, enfrentamo-las aí também, designadamente o terrorismo, mas também a presença de grupos não estatais e outro tipo de atores que constituem um problema, não apenas para essa vizinhança sul, designadamente no Sahel e mais além, mas também evidentemente para nós, enquanto Estados que sentem essa ameaça próxima”, disse.

Os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros da União Europeia vão discutir esta terça-feira os últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia, em reuniões informais em Praga que assinalam a ‘rentrée’ política comunitária, depois das férias de verão.

A capital da República Checa – país que assume a presidência semestral rotativa do Conselho da União até final do ano – acolhe esta terça-feira de manhã uma reunião informal de ministros da Defesa, com a participação da ministra Helena Carreiras, e, entre esta tarde e até quarta-feira, uma reunião informal dos chefes de diplomacia dos 27, com a participação de João Gomes Cravinho.

Estas reuniões ministeriais informais da UE têm lugar poucos dias depois de se terem assinalado seis meses sobre o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro, que causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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