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Miguel Mota

Há datas por mais que queiramos olvidar – olvidar apenas, não esquecer – não podemos mesmo deixá-las passar!

Esta, seria, a data do perecimento do Miguel! Já não chegou a ser Miguelzinho, porque na verdade ainda brincámos juntos. E depois já era o jovem promissor que muitos de nós temos ideia que seria, mas que eu e mui-toutros tínhamos a certeza que seria Felgueiras. A falar assim muito pela rama, sem o perecimento dele – e para mim todos os perecimentos são extemporâneos – Felgueiras não teria sido a mesma. O curso de Felgueiras hoje não seria o mesmo. Nunca se sabe do hipotético, mas presumimos e vemos o evidente. Felgueiras não seria a mesma.

Miguel Nuno Carvalho Mota – que chegou a ser patrono da Biblioteca Municipal de Felgueiras […] até que um brutal acidente mais fatal que aquele que disse do meu – vide O Jornal de Felgueiras, de 3/3/1987 – não o deixou sequer a restabelecer. Teve a fatalidade maior.

Também esta data tem outros – outros, disse eu – significados. Mas há coisas que fazemos mal. Tive uma fotografia do Miguel – uma fotografia de moço, mas com a estupidez que são sempre estas coisas de nos livrarmos de coisas antigas, eu perdi-a. Como outras minhas, e livros e papelada antiga (até porque a minha biblioteca não é rica). E também por elas, ficamos sempre sem um pedacinho de um corpo. Um corpo que são os livros antigos, primeiros, da escola e memórias. Memórias mesmo. Até porque estão todos os dias a memorizar-se-me.

Não me perdoo ter-me desfeito de muitas destas memórias. Nem me perdoo ter que lembrar o perecimento do Miguel.

(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico)

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