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Meu Timor distante

Meu Timor distante mas achegado ao meu coração 
Quantas cavalgadas nas tardes ao anoitecer
Búfalos, arrosais, carne de veado com pão 
Povo hospitaleiro gostei muito de o conhecer!

Era uma vez um povo debaixo dum céu profundo
Onde o poeta escrevia versos numa sebenta 
Tinha a baía de Díli como pano de fundo
Eu consolava o poeta e lhe dizia: amigo aguenta!

Uma ilha lá longe na ponta do fim do fundo
Díli ao entardecer num êxtase de céu brilhante 
Areia Branca debaixo de um céu sem fundo
Um jovem toma banho numa terra distante.

Longe longe longe um homem leva seu galo
Debaixo de seu braço que vai para lutar
Um búfalo caminha numa várzea de arroz
No bazar lutam galos e o povo sempre a vibrar.

Longe longe longe meu Timor do sol nascente 
Vinte anos e o sangue que em mim corria
Díli ao por do sol com horizonte pujante
Onde o sol lidado mostra amor e não magia.

Dili ai entardecer na ponta do fim do mundo
Timor sem chaga aberta onde o silêncio se canta
Díli ao entardecer onde num suspiro profundo 
Vou tomar banho quando o sol já se levanta!

José Valgode

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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