Maria João Pires em ciclo de espetáculos na Philarmonie de Paris
A pianista Maria João Pires apresenta, entre sexta-feira e domingo na Philarmonie de Paris, o ciclo Schubertiades, dedicado à música de Franz Schubert, composto por quatro concertos.
“Desenhado por Maria João Pires e Judite da Silva Gameiro, o ciclo Schubertiades convida a uma viagem o mais próximo possível do íntimo. Nos quatro concertos são apresentados ‘lieder’ [canções de câmara de tradição alemã], peças para piano e obras-primas da música de câmara”, lê-se no site da Philarmonie de Paris.
Premiada pelas suas interpretações de Franz Schubert, Maria João Pires apresenta-se nestes espetáculos rodeada de novos e velhos amigos, como o violoncelista António Meneses e o pianista Júlio Resende, que vai improvisar sobre temas de Schubert, a cantora Selma Uamusse e o tenor Ben Johnson, o pianista Ignasi Cambra, o violinista Lou Yung-Hsin Chang e o Quarteto Hermès.
O ciclo Schubertiades é realizado em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde os concertos serão também apresentados este mês.
Em Lisboa, os quatro concertos, que seguem de perto os encontros dedicados às artes e à música, realizados pelo compositor austríaco, nos anos de 1820, em Viena, estão marcados para os dias 21, 22 e 23 de setembro. Estão todos com lotação esgotada.
Maria João Pires nasceu em Lisboa, em 23 de julho de 1944. É a mais internacional e reputada dos pianistas portugueses, com um percurso artístico que remonta a finais dos anos de 1940, quando se apresentou pela primeira vez em público, aos quatro anos.
Entre os prémios conquistados pelo talento artístico contam-se o primeiro prémio do concurso internacional Beethoven (1970), o prémio do Conselho Internacional da Música, pertencente à organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, 1970) e o Prémio Pessoa (1989).
Na década de 1970, o seu nome tornou-se recorrente nos programas das principais salas de concerto a nível mundial e nos catálogos das principais editoras de música clássica: a Denon, primeiro, para a qual gravou a premiada integral das Sonatas de Mozart (1974); a Erato, a seguir, nos anos de 1980, onde deixou Bach, Mozart e uma das mais celebradas interpretações das “Cenas Infantis”, de Schumann; e depois a Deutsche Grammophon, a partir de 1989.
Maria João Pires fundou ainda, em 1999, o Centro Belgais para o Estudo das Artes, em Escalos de Baixo, Castelo Branco, um projeto educativo, pedagógico e cultural dedicado à música.
Em 2018, o projeto foi renovado e reativado como Centro de Artes de Belgais, disponibilizando retiros musicais, espaço para atuações e oficinas de música.