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Marcelo: Timor-Leste é um bastião na região da Ásia-Pacífico

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apontou hoje Timor-Leste como “um bastião” em termos geopolíticos na região da Ásia-Pacífico e identificou “um ciclo de recuperação do português” neste país, com expressão na comunicação social e no Estado.

Em resposta a perguntas dos jornalistas, num hotel em Díli, o chefe de Estado foi desafiado a explicar aos portugueses a importância desta sua primeira visita oficial à República Democrática de Timor-Leste, e invocou “razões do passado” e “razões do futuro”.

Quanto ao futuro, argumentou que há “uma posição estratégica de Timor que é fundamental”, tendo em conta a região em que se insere.

“Nessa zona Ásia-Pacífico, onde muito da geopolítica do presente e do futuro se joga, há um bastião chamado Timor, que pertence à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”, afirmou, acrescentando: “Pode ser uma base económica muito importante para Portugal numa área onde não temos outra base”.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que Timor-Leste é um país “que quer estreitar laços com Portugal, que alinha as suas posições na CPLP com Portugal, que é de uma lealdade total nas posições conjuntas”.

Timor-Leste, prosseguiu, “tem um Presidente [José Ramos-Horta] com um raríssimo prestígio internacional, tem um líder histórico carismático [Xanana Gusmão] com um raríssimo prestígio político e internacional – são mais valias para Timor, mas para Portugal”.

“Some-se tudo isso, os portugueses perceberão que tem futuro. Quanto ao passado, isso percebem, porque ainda hoje não esquecem o que Timor significou como uma causa comum”, defendeu.

Segundo o Presidente da República, Portugal e Timor-Leste viveram “uma resistência conjunta contra uma dominação estrangeira que não houve em nenhuma outra descolonização” e “não há a mesma unanimidade em nenhum outro caso desse tempo histórico”.

Sobre as línguas faladas pelos timorenses, interrogado se o desconhecimento do português não constitui um fator de exclusão social, o chefe de Estado respondeu que ficou com a impressão de que “se fala mais português, há maior presença da língua portuguesa”

“Há projetos específicos para várias áreas de poder: Administração Pública, poder judicial, poder político, atividade empresarial”, assinalou.

No seu entender, “é uma revolução silenciosa que está a ocorrer”, após “vários ciclos” linguísticos em Timor-Leste: “Um ciclo antigo em que havia ainda o português presente, depois um ciclo de avanço da Indonésia, e não só, da Malásia, vários avanços”.

“E agora há um ciclo de recuperação do português, com peso da comunicação social, os jornalistas a falarem, a utilizarem o português, e a aproximarem o tétum do português”, sustentou, concluindo: “Está a mudar no bom sentido”.

Nesta sua primeira visita oficial à República Democrática de Timor-Leste, centrada na capital, Díli, Marcelo Rebelo de Sousa esteve acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.

O programa do chefe de Estado começou na quinta-feira e terminou hoje com um encontro com a comunidade portuguesa. A partida para Lisboa está prevista para domingo de manhã em Díli, ainda madrugada em Lisboa, onde são menos oito horas.

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