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Mais debate e menos futebol

© Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Convém que Pedro Marques esclareça: é candidato ao Parlamento Europeu, ou ao cargo de comissário?

Uma “fonte governamental” informou que se Portugal conseguir a pasta dos fundos estruturais, o cabeça de lista do PS às eleições europeias será o próximo comissário europeu a designar pelo Governo. O que o PS ainda não percebeu é que Parlamento Europeu e Comissão Europeia são realidades completamente diferentes e em muitos momentos conflituantes no processo legislativo. Ser candidato a ambas as coisas é simplesmente absurdo. Mas ao menos fica justificado que até hoje Pedro Marques tenha recusado participar em quaisquer debates com outros cabeças de lista ao Parlamento Europeu.

Encontramos Pedro Marques bamboleante no Carnaval de Loulé, ou sorridente em fotografias no Estádio da Luz e no jogo da Seleção contra a Sérvia onde, diga-se, não trouxe grande sorte. Em compensação, quando a U.E. vive os momentos mais difíceis, enfrenta a incógnita do Brexit, a ascensão dos extremismos, o risco do terrorismo e a crise dos partidos tradicionais, o tempo que o candidato socialista gasta a divertir-se é o que que não lhe sobra para discutir com adversários, perante o país, o complicado futuro do nosso projeto comum. O significado é óbvio.

Independentemente do facto, escolher Pedro Marques para candidato a comissário responsável por fundos estruturais equivale a dizer que falhar compensa, como no PS, a par da perversa lógica familiar, sucede tantas vezes.

Depois de todas as falhas da supervisão, que em Portugal permitiram os escândalos do BPN, BPP e outros, o governador do banco central Vítor Constâncio ascendeu ao lugar de vice-presidente do BCE. E quando Pedro Marques significou o desperdício de milhões e milhões de euros de fundos comunitários desde 2015, é precisamente na sua gestão que o PS o pretende entronizado.

Portugal integra o pelotão mais recuado da UE. Os fundos de coesão existem precisamente para ajudar os estados em maiores dificuldades a aproximarem-se dos mais ricos. Mas Portugal perderá 7 % dos fundos de coesão, enquanto o Luxemburgo, com um rendimento per capita de 200 % da média da UE não perderá 1 cêntimo, outros bem mais ricos como Itália e Espanha crescerão 5 % e alguns do nosso “campeonato”, como a Roménia, serão aumentados em 8 %. Programas como a Ferrovia 2020 estão executados em apenas perto de 9%, o Mar 2020 em 17% e ajudas ao investimento na agricultura em perto de 30%, isto, a 9 meses do seu termo regulamentar.

Sobre estes e outros temas, gostava de debater com Pedro Marques. Apareça por favor.

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