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Macau instala milhares de câmaras para vigiar a população

Macau vai ter a funcionar, a partir desta sexta-feira, mais 800 câmaras a vigiar os espaços públicos, anunciou o Governo, que prevê um total de 2.600 equipamentos em 2023.

A autorização para o funcionamento das câmaras de videovigilância surgiu num despacho publicado em Boletim Oficial e é classificado pelas autoridades como “uma das obras prioritárias da segurança urbana”.

As primeiras três fases do sistema de videovigilância já tinham garantido o funcionamento em 2016 e 2018 de 820 câmaras, que serviram de apoio, segundo as autoridades, a 5.082 investigações de casos que vão desde o homicídio, tráfico de droga e fogo posto, até roubo, burlas, agressões e furtos.

As restantes câmaras que integram o projeto “Olhos no Céu” vão expandir em 2022 e 2023 o sistema de videovigilância a zonas com grande concentração de pessoas, nos novos aterros e postos fronteiriços e áreas urbanas, designadamente junto a escolas e estações de transportes públicos.

O Governo de Macau tem justificado a instalação das 2.600 câmaras de videovigilância num território de 30 quilómetros quadrados, com cerca de 670 mil residentes e que no ano passado recebeu quase 40 milhões de visitantes, pelo efeito dissuasor no combate à criminalidade.

Contudo, o sistema tem sido visto com alguma apreensão ao nível da proteção de dados pessoais junto de alguns juristas e deputados do campo pró-democracia eleitos para a Assembleia Legislativa (AL), em especial desde que as autoridades anunciaram a aposta no ‘software’ que permite o reconhecimento facial.

Em abril, na apresentação das Linhas de Ação Governativa, o secretário para a Segurança disse aos deputados da Al que “a tendência de desenvolvimento do cibercrime, as mudanças significativas na operação das associações criminosas, o aumento do risco dos crimes transfronteiriços, a complexidade do ambiente de segurança marítima e costeira e a instabilidade trazida por atividades ilegais relacionadas com o jogo colocam desafios à aplicação da lei”.

Por isso, Wong Sio Chak prometeu reforçar a aposta na videovigilância e no polémico reconhecimento facial nos próximos anos, alegando que a estratégia permite resolver um grande volume de crimes.

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