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Livro: “A febre das almas sensíveis”

Título: “A febre das almas sensíveis”
Autora: Isabel Rio Novo
Editora: D. Quixote 2017
Romance finalista do prémio Leya

Neste romance Isabel Rui Novo traz-nos a visão de um país num determinado tempo com características e acontecimentos específicos onde se narram as vivências, as dificuldades de um povo quando a doença e a miséria alastravam num país governado por um homem que defendia os valores da família, da religião, do isolamento.

É num registo ora histórico, ora fantástico que a narrativa se vai desenvolver.

Esta é a história de uma família portuguesa que na primeira metade de séc. xx vai evoluir numa situação de precariedade, de doença, de desentendimentos, de encontros e desencontros, de perdas, de mortes e nascimentos.

Paralelamente a esta família, o relato da vida e da morte pela tuberculose de alguns dos nossos poetas.

A realidade é cruel, as figuras femininas, ora são mulheres marcadas e amarguradas pelas dificuldades da existência, renunciando a qualquer tipo de afeto, ora são mulheres corajosas, enfrentando as adversidades e sendo esteio dos anseios e medos dos homens. A morte rondava as
famílias já de si fragilizadas pelas precaridades. A doença deixava as famílias numa situação de angústia e desamparo.

Foram tempos difíceis estes, os tempos em que a tuberculose dizimou homens e mulheres, crianças e adolescentes.

Armando e Eduardo são os dois irmãos protagonistas que servem de fios condutores para o resto dos personagens. Será Armando, numa situação de alma protetora que vai desvendar a história e servir de canal inspirador a uma jovem estudante que prepara a sua tese de mestrado sobre a tuberculose e os escritores e poetas que sucumbiram a esta doença.

Este é um romance que vale mesmo a pena ler. Muito pela sua beleza literária, mas também por precisamente recuperar a memória e um tempo, uma época ainda viva na memória de algumas pessoas.

São estas almas sensíveis que vale a pena resgatar do silêncio e manter viva a chama que as fez a um tempo serem voz e palavra.

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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