Lisboa, vale do Tejo, margem Sul e arredores – A viagem cultural
A viagem começa, mesmo antes de deixar uma mensagem aos milhares de seguidores que tenho nas Redes Sociais: Amigos, para gozarem bem as férias, sejam prudentes e tenham cuidados a dobrar; não se preocupem só convosco, mas também com os outros, porque a segurança depende de todos. Boas férias e bom trabalho para quem fica.
Depois de umas férias curtas anteriores bem merecidas para recarregar energias, e depois dos grandes festejos da Repórter X, em que também o Jornal Bom Dia esteve presente, só a Guerra na Ucrânia nos deixa tensos e a pensar. Lá viajamos na Swiss Airlines, para Portugal.
Fizemos o Check-in no aeroporto, através do sistema informático e com a ajuda de um Supervisor (na volta fizemos Check-in com o despacho das malas, o que se torna mais fácil) e lá fomos despachar as malas.
Fizemos então a rota Schweiz, França e Portugal. Lá chegamos à Capital portuguesa no início da tarde. Pegamos no automóvel alugado e lá fomos ter ao hotel Dinastia no Largo do Rato, perto do Centro Comercial Amoreiras.
Fui recebido por uma família Muçulmana e jantamos juntos. De início, pensei que era um Bairro problemático na Amadora, em Lisboa, mas não. Realmente, é um Bairro de grandes prédios, após terem demolido um Bairro, há muito tempo. Na verdade, ali mora muita gente Cabo-Verdiana, que dantes tinha sido desalojada; muitos são hoje emigrantes, principalmente na Suíça, França e Luxemburgo.
Tirei as primeiras fotos já de noite, para lá do rio Tejo e meti na Rede Social, tendo recebido uma mensagem; “A sua chegada, teve direito a fogo-de-artifício e tudo”?
Respondi; “Pois, sou importante. Hehehehehe…”.
No dia seguinte, preparamo-nos e saímos do hotel com calçado cómodo, pois aproximava-se um dia muito quente e longo pela frente. Pegamos sempre no automóvel até um local mais próximo de visita, para depois passear a pé. Começamos na Avenida da Liberdade, cheia de árvores verdejantes, bancos de jardim, mas fiquei desiludido com os jardins secos, também abafados pelas grandes árvores, poucos estacionamentos livres e pouca restauração. Descemos a Avenida da Liberdade, em direcção ao Rossio e fotografamos um quiosque no meio do jardim, coisa rara na maior parte das cidades, e entramos no Tivoli Fórum. Ali tinha patente uma exposição de Aves Exóticas, que me interessou numa reportagem. Pedi a reportagem e foi-me dito que tinha de fazer o pedido por escrito; insisti que estava de passagem e apresentei-me como mentor da Revista Repórter X; foi feito um telefonema ao Director Executivo, o qual deu uma nega e, desiludido, prossegui a minha viagem.
Entrei na galeria comercial do Tivoli Fórum e visitei a livraria Chiado Clube Literário; tirei uma foto com Fernando Pessoa. Foi o melhor que levei dali. Mais abaixo encontro outra coisa rara em muitas das nossas cidades, o Engraxador de sapatos. Sento-me e meto o pé no carrinho de sapatilhas de pano, para brincar e entrar na conversa, e começo a falar para o homem, mas não me respondeu e ria-se. O homem dos gelados ao lado disse-me que era mudo. Tirei fotografia e paguei-lhe um gelado.
Conversa puxa conversa, e ali fui alertado para um problema de todos os visitantes de Lisboa, isto por causa dos Carteiristas. Bem logo pensei que em Lisboa deveria haver muitos repatriados, retornados, asilados, refugiados e variadíssimas etnias, com necessidades ou vícios, que não têm apoios governamentais ou apoios psíquicos e laborais, etc. Deixando os residentes de lado! Pronunciei-me e fiquei surpreendido, quando me disseram que os carteiristas eram pessoas maioritariamente brancas, organizadas em grupos e bem vestidos, com mapas e jornais na mão, máquinas de fotografar, fazendo-se passar por Turistas. Portanto, não quer dizer que não possa ser qualquer uma das classes atrás referidas, incluindo os naturais dali. Que vergonha, até parecia que estávamos no Rio de Janeiro; tenho a memória das cartas que meu tio Ernesto enviava ao meu Pai; sempre tema de conversa, o roubo de esticão!
João Quelhas