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Lisboa vai ter um Café Joyeux

O primeiro Café Joyeux em Portugal, um projeto da Associação VilacomVida que tem como missão a empregabilidade e a formação de pessoas com dificuldades intelectuais e de desenvolvimento, vai abrir portas na terça-feira na Calçada da Estrela, em Lisboa.

O Café Joyeux nasceu em França em 2017 (na foto acima a equipa do Joyeux de Rennes) com o objetivo de testar um conceito de restauração inclusiva em que todos os processos das refeições, a comunicação e o serviço são feitos a pensar na promoção da autonomia das pessoas com dificuldades intelectuais e do desenvolvimento, tais como a trissomia 21 ou o autismo.

O primeiro espaço em Portugal resulta de um acordo entre a associação e a Fundação Émeraude Solidaire para o desenvolvimento do ‘franchising’ da marca.

Em declarações à agência Lusa, Filipa Pinto Coelho, da Associação VilacomVida, explicou que o projeto só é possível devido à angariação de fundos junto da sociedade e de empresas, a nível de mecenato e doadores particulares.

“Existem muitas pessoas, jovens nesta condição que terminam a escola, que não têm uma solução adequada inclusiva para as capacidades que têm, para ter um trabalho”, referiu.

De acordo com Filipa Pinto Coelho, os lucros da operação reverterão integralmente para a abertura de mais cafés-restaurantes e, assim, para a empregabilidade de mais pessoas: “O café vai ser um negócio social que permite a sustentabilidade da nossa missão a curto prazo. O lucro daqui gerado vai ser utilizado para abrir mais cafés”, disse.

Esta, sublinhou, será “a primeira empresa em Portugal que, em vez de formar para contratar, contrata para formar pessoas com dificuldades intelectuais, sem experiência profissional ou formação”.

A presidente da Associação VilacomVida, uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) nascida em 2016 com o objetivo de criar uma comunicação positiva e aproximar a sociedade da diferença, adiantou que as pessoas são contratadas, assinando um contrato a tempo indeterminado.

“Eles têm o seu salário em progressão ao salário mínimo nacional em função das horas de trabalho diários, uma média de quatro/cinco horas. Além disso, têm um curso de formação completamente gratuito para eles com três níveis de autonomia, que pode ir até dois ou três anos da Escola Joyeux, e que é certificado em França e estamos a tentar certificar cá”, disse.

Filipa Pinto Coelho destacou que para este primeiro café em Portugal vão ser contratadas nove pessoas com deficiência e três profissionais da restauração – na área da cozinha, gerente e supervisor de loja -, que vão fazendo equipa com os jovens e vão ensinando quatro funções principais: serviço de mesa, barista, caixa e cozinha.

No final da formação, sublinhou, os jovens podem procurar trabalho noutro local ou permanecer a trabalhar no café.

A associação já tinha desenvolvido um projeto-piloto, o Café ComVida, que esteve aberto 18 meses em Santos, Lisboa, mas que teve de fechar devido à pandemia de covid-19, sendo que alguns dos jovens que o integraram vão agora para o Café Joyeux.

“Muitos destes jovens foram recrutados desta experiência, outros vieram por iniciativa de contacto por familiares que ouviram falar do projeto e outros ainda através de recrutamento que fazemos em rede com outras instituições que trabalham com estes jovens”, salientou.

A intenção da associação é abrir mais cafés, esperando criar uma média de 10 postos de trabalho em cada um: “Queremos abrir nacionalmente. A ideia é em cinco anos abrir pelo menos cinco cafés, queremos também estar no Norte, no Porto. Vamos abrir este na terça-feira e vamos abrir o segundo em Cascais, um projeto que já está em licenciamento de obra que apontamos para uma abertura para o fim do primeiro semestre de 2022.”

O Café Joyeux de Lisboa vai estar aberto de terça a sábado das 09:00 às 18:00, no número 26 da Calçada da Estrela.

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