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Juncker: se Costa não for bem-sucedido, ninguém será

Numa entrevista à Lusa, em Bruxelas, divulgada em dois momentos, hoje e segunda-feira, com textos, vídeos e áudios, o antigo presidente do executivo comunitário considera “da maior importância” alcançar progressos na área social, algo que já tentou promover há 24 anos, pois “não se pode construir uma União Europeia harmoniosa sem cuidar das questões sociais”.

Anfitrião da primeira cimeira social, em 1997, e um dos grandes promotores do Pilar Europeu dos Direitos Sociais proclamado na segunda cimeira, celebrada em Gotemburgo em 2017, Juncker recebeu a Lusa no gabinete que mantém no Berlaymont, o ‘quartel-general’ da Comissão Europeia, que presidiu entre 2014 e 2019, e onde é atualmente “conselheiro especial”, tendo abordado vários temas além da Cimeira Social de 7 de maio no Porto, como a gestão da crise da pandemia da covid-19 e o papel da presidência portuguesa do Conselho.

Considerando que Portugal está a realizar uma boa presidência da União Europeia, “como sempre o fez”, o antigo primeiro-ministro luxemburguês destaca o contributo da presidência portuguesa para uma gestão à escala europeia da crise da covid-19, particularmente difícil dado matérias como a saúde pública e gestão de fronteiras serem da competência dos Estados-membros.

Na entrevista à Lusa, Jean-Claude Juncker defende por isso que a Conferência sobre o Futuro da Europa, cujo lançamento oficial ocorrerá imediatamente após as cimeiras do Porto, em 9 de maio em Estrasburgo, deve “assegurar” que a UE alarga as suas competências na área da saúde, o que defende ser “muito necessário”.

A nível de política externa, o estadista luxemburguês de 66 anos considera que a UE tem de ser “menos ingénua” com a China, defendendo que os “europeus têm de organizar melhor as suas relações” com as outras potências estrangeiras, e opina que a Europa “deve defender os seus interesses em conjunto com os Estados Unidos”, mas não é o “escravo” ou o “vassalo” dos parceiros norte-americanos.

Numa análise à atualidade europeia, Jean-Claude Juncker também aborda a moldura institucional da UE e o recente incidente diplomático na Turquia envolvendo os presidentes da Comissão e do Conselho Europeu, observando que a sua sucessora à frente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, “não foi tratada da maneira apropriada” em Ancara, mas rejeitando ver no incidente “um símbolo de divisão entre instituições europeias”.

 

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