Ainda a propósito da novel deputada Joacine Katar Moreira, já ouvi e li coisas como – não reúne condições para exercer o cargo.
Antes de mais não deixamos de fazer côro pela inclusão, as cotas, a paridade e tudo o mais. De seguida, nunca deixarei de pensar que não podemos esquecer que Joacine Moreira é uma cidadã de pleno direito. Até é ridículo ter que pronunciar isto. E não descuramos, sim, o sacrifício da deputada.
Não é muito viável mas incomodará mais aos que riem de troça – atrocidades que tenho tomado conta – que quem assiste com sensibilidade a perturbação da fluência. Porque sofrerão. Eu sofro. Sofro ao vê-la assim. Mas enquanto mera cidadã, mais que estar sujeita a impostos como cada um de nós, tem vários deveres, mas, também, todos os direitos.
De entre deveres e direitos são imensos os que Joacine enquanto cidadã e cidadã como todos nós tem direito a ser tratada como qualquer um de nós, sei lá, num serviço de saúde, como tem o dever de para ele contribuir. Tem que cumprir o Código da Estrada (se conduz) como qualquer um de nós. Tem que pagar a entrada em qualquer tipo de espectáculo como cada um de nós. Tal como qualquer um de nós tem o direito a entrar num restaurante e comer, desde que pague, como todos nós.
Pode tudo e em todo o lado. Não pode é falar? Não pode estar na Assembleia da República a representar cada português, onde todos devemos ser realmente portugueses e representados condignamente.
Não pode partilhar das suas ideias para o debate e decisão na Assembleia da República?
Todo o cidadão português tem direito a eleger e fazer-se eleger.
A deputada Joacine Katar Moreira é um caso sério. Não é de rir, como se sabe, e que vem perturbando tanta gente de que nem deveríamos por sombras supor que de modo menos digno se pronunciasse. Se preocupasse.
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico)