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HISTÓRIA das PALAVRAS com HISTÓRIA: Março

Martius era o mês dedicado pelos Romanos ao deus da guerra Mars (Marte). À primeira vista, o nome deste mês de Primavera e de renascimento exuberante da Natureza parece nada ter em comum com um deus da guerra. Ou será que tem?

Efectivamente tem. Antes de se tornar no deus da guerra, Marte foi um pacífico deus romano da vegetação e da fertilidade, defensor da agricultura e da Natureza e celebrado sobretudo nas festas da Primavera, em Março, e também em Outubro, quando começava a época das campanhas militares e terminava a época agrícola.

Quanto à filiação de Marte, costuma dizer-se que era filho de Júpiter e da deusa Juno, à semelhança do seu equivalente grego, o deus Aries, que era filho de Zeus e da sua mulher Hera. Mas o poeta Ovídio dá-nos uma outra versão da histora, segundo a qual Marte seria filho de Juno e de uma flor com poderes mágicos. Para se vingar de Júpiter que, após ter engolido a deusa Métis (Prudência), teria dado nascimento a Minerva directamente da sua cabeça, ofendendo assim a função sagrada de mãe, Juno foi pedir à deusa Flora que a ajudasse a engravidar sem recorrer a Júpiter. E Juno foi fecundada por uma flor mágica que Flora lhe deu.

Ovídio conta esta história no poema Fastii, uma sua obra sobre o calendário romano, o que explica por que razão a Matronalia, uma festa celebrada pelas mulheres casadas em honra de Juno, a deusa-mãe e também deusa protectora das mulheres e da maternidade, era realizada a 1 de março, dia igualmente atribuído ao nascimento de Marte. Antes da reforma por Júlio César em 45 a.C., o mês de Março correspondia ao primeiro mês do ano no antigo calendário romano.

A consorte de Marte era a deusa Nerina, uma divindade guerreira de origem Sabina identificada mais tarde com a deusa Minerva. Mas é sobretudo a união de Marte e Vénus que tem suscitado o interesse de poetas, filósofos e artistas ao longo dos séculos. Dos amores de Marte e Vénus nasceu Cupido, também conhecido como Amor, e uma filha mortal, a bela Harmonia, personificação da paz, harmonia e concórdia.

Marte era o segundo deus em importância depois de Júpiter. Foi alvo de grande adoração por parte dos Romanos, que lhe atribuiam a paternidade de Rómulo e Remo, os míticos fundadores da cidade de Roma, fruto dos amores com Reia Sílvia, princesa da lendária Alba Longa. Esta é a razão por que os Romanos se consideravam descendentes de Marte.

Dulce Rodrigues

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