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Governo faz poupanças à custa do movimento associativo da diáspora?

Ontem na Assembleia da República na audição ao Ministro dos Negócios Estrangeiros voltei a interpelar o Governo sobre a necessidade de apoiar o movimento associativo da diáspora que, em consequência dos efeitos da pandemia da Covid-19, conhece um momento de grande dificuldade, estando em causa a sustentabilidade deste sector essencial para a organização dos portugueses residentes no estrangeiro, para a divulgação da nossa língua e cultura e para a promoção de Portugal.

Com efeito, nesta audição retomei a nossa proposta de se avançar com um programa de um apoio excepcional dirigido às associações portuguesas no estrangeiro para fazer face a uma situação, também ela excepcional, mas esta proposta voltou a não merecer qualquer comentário do Governo.

Nesta audição lembrei também que a verba anunciada para os apoios ao movimento associativo para 2020 (projectos apresentados até 31 de Dezembro de 2019 e por isso antes da pandemia) era a de 627 000 euros. Ora, em virtude do não pagamento de subsídios relativos à anulação de iniciativas ou à sua reformulação o montante executado é, segundo o Governo, apenas de 502 000 euros.

Assim, o Governo poupou cerca de 125 000 euros o que justificou a minha pergunta sobre a eventual reafectação desta verba em favor do movimento associativo da diáspora. Uma pergunta que também ficou sem resposta.

O que ontem ficou claro na audição ao MNE é que num momento em que o nosso movimento associativo conhece um dos momento mais difíceis da sua história a verba disponibilizada para o apoiar é uma das mais baixas dos últimos anos o que, em tempos como o que vivemos, é, em minha opinião, inaceitável.

Ou seja, em tempos de pandemia o Governo consegue fazer poupanças à custa do movimento associativo da diáspora.

Carlos Gonçalves

 

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