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Gelados Santini fazem 70 anos… e continuam deliciosos como sempre

Tudo começou em 1949, no Tamariz, Estoril. Sem ter noção da dimensão que iria atingir, Attilio Santini abre portas daquela que é hoje a mais conhecida geladaria portuguesa. Ao atender o primeiro cliente, ao servir o primeiro cone do que, rapidamente, foi considerado “o melhor gelado do mundo”, Attilio Santini marcou o início de algo que é já considerada uma tradição: ir ao Santini!

Attilio Santini foi toda uma referência de trabalho e empreendedorismo. E de olho para o negócio, ao abrir a sua geladaria na que era a zona da Riviera portuguesa. Mas também um homem que pela simpatia e pela sua constante procura em fazer mais e melhor, tornou-se, também ele, um exemplo de dedicação e empenho, sendo ainda hoje recordado com saudades por todos que com ele conviveram. Pela afável simpatia e carisma, manteve a amizade daqueles que ainda crianças começaram a saborear os seus gelados no Tamariz e que mais tarde vieram a se tornar grandes figuras nacionais ou internacionais.

Por isso, era frequente ver este senhor simples, com o maior à vontade e o ar mais modesto do mundo, em amena “cavaqueira” com Ministros, membros do Corpo Diplomático, ilustres figuras sociais, famílias nobres e titulares e até mesmo com membros das Casas Reais, de onde se destacam, de forma especial, Suas Majestades os Reis de Espanha, que tratavam Attilio Santini com a maior simpatia e um enorme carinho, sentando-se à sua mesa para pôr a conversa em dia. Sucedendo-se o mesmo com Sua Alteza a Infanta Margarida, por quem Attilio Santini tinha uma amizade, carinho e uma admiração muito particulares.

Para além do sedutor sabor dos gelados, o relacionamento pessoal de Attilio Santini com sua Majestade o Rei de Espanha, que conhece desde muito jovem, permite-lhe o tratamento de “Juanito”. No contacto e convívio, ele sempre tratou os Membros das Casas Reais, que viviam na região do Estoril, com o afável respeito que lhes era devido, porém, sempre com a natural e cativante simplicidade que lhe era característica, conquistando, por isso, a sua amizade, especialmente a dos jovens Príncipes, alguns então ainda crianças, como é o caso de Don Juan Carlos, actual Rei de Espanha ou de sua irmã, a lnfanta Margarida, Duquesa de Sória.

Attilio Santini foi uma personalidade ímpar e o seu apelido perpetua-se no tempo, ao se tornar uma marca de referência. Sete décadas após a abertura da primeira geladaria, a marca Santini está muito consolidada e possui um potencial de crescimento que os especialistas consideram como “extremamente significativo” e que permitirá levar o “espírito Santini” para outros mercados e plataformas. Para quem “veste a camisola”, mais do que uma loja, marca ou gelado, Santini é uma causa. Uma causa que envolve todos – colaboradores, proprietários e, mais do que tudo, clientes, que ao longo de várias gerações souberam contribuir para que esta casa fosse um exemplo indelével de Cascais, sinónimo de qualidade e perseverança.

Eduardo Santini, neto do fundador da marca, é, desde 1990, o herdeiro da arte de fabricar “os melhores gelados do mundo”. Expandir a marca, mas mantendo a tradição foi uma das prioridades e também desafios deste jovem empresário. Já são três gerações a produzir “il gelati piu fini del mondo”.

Mas não está sozinho. Desde 2009, Eduardo Santini Fuertes assume uma liderança partilhada com Martim de Botton, filho do presidente da Logoplaste, Filipe de Botton, que comprou 50% da geladaria. A partir daí, teve início o projecto de expansão da marca. Em 10 anos abriram sete lojas, com uma segunda em Cascais, bem no centro da vila. E apesar deste crescimento, os dois empresários têm opinião unânime: manter a tradição, um dos pilares base da parceria. Segundo Eduardo, uma das condições era manter a produção nos mesmos moldes que o seu avô fazia. Mesmo tendo acrescentado alguns sabores, como por exemplo manga, que o seu avô não produzia, fazem uso das mesmas técnicas. Mesmo assim, apesar das novidades em termos de sabores, os clientes continuam a preferir os tradicionais, daí o morango e o chocolate continuarem a liderar as preferências de quem consome gelados Santini.

A notoriedade da marca tem vindo a ganhar cada vez mais pontos, não só devido aos prémios nacionais e internacionais, mas também pelo próprio plano de expansão que tem sido levado a cabo nos últimos anos. E a ida para o Porto, em 2015, veio dar uma projecção nacional, ao alargarem a territórios para além da Grande Lisboa. Mas a ideia de abrir lojas em centros comerciais está completamente posta de lado, porque a aposta da Santini é sempre abrir em locais com grande tráfego pedonal. Tal deve-se ao facto de o gelado ser um produto de consumo de impulso. E franchisar nem pensar. Apesar de todos os dias receberem propostas, fazer franchising está totalmente fora dos planos, pois por um lado não faz sentido franchisar uma marca que tem uma empresa por detrás que é uma família e, por outro, pelo cuidado que tem sempre de existir, pois trata-se de um gelado é muito artesanal, sem corantes, nem químicos. Um gelado 100% natural.

Em relação ao futuro, nada mais se pode dizer. Mas a Santini ao celebrar agora sete décadas de gelados artesanais, não quis deixar de partilhar essa linda data com os seus clientes. Assim, no próximo dia 4 de maio, a Santini abre as portas da sua produção em Carcavelos para partilhar alguns segredos de fabrico. Fãs e curiosos da marca vão poder descobrir o mundo da geladaria que se orgulha dos seus processos sustentáveis e ingredientes 100% naturais. Como? Simples: de meia em meia hora, das 09h às 16h, e em grupos de até 10 pessoas, é possível presenciar o processo completo de produção, desde a entrega da matéria-prima, à preparação da fruta e outros ingredientes, terminando com a produção do gelado. De realçar que toda a fruta é descascada e cortada à mão. E o processo de fabrico é o mesmo de há 70 anos.

Se estiverem interessados em celebrar desta forma os 70 anos da Santini, devem enviar um email e fazer a reserva. Cada bilhete custa 5€ e inclui um mini cone do vosso sabor favorito.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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