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Filme português selecionado para festival na Coreia do Sul

O filme “Diários de Otsoga”, de Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes, foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Busan, em outubro, na Coreia do Sul.

Segundo o festival, a longa-metragem será integrada na secção “Ícones”, dedicada à obra de “realizadores icónicos de todo o mundo” e da qual fazem parte ainda os mais recentes filmes de, entre outros, Jane Campion, Wes Anderson, Marco Bellocchio, Asghar Farhadi e Nadav Lapid.

A 26.ª edição do festival de Bunsan decorrerá de 06 a 15 de outubro.

“Diários de Otsoga”, que teve estreia mundial em julho, no festival de Cannes – e que já se estreou em sala em Portugal -, é a primeira longa-metragem coassinada por Miguel Gomes e Maureen Fazendeiro.

O filme foi rodado em agosto de 2020, em plena pandemia da covid-19, num registo diarístico, com os atores Crista Alfaiate, Carloto Cotta e João Nunes Monteiro fechados numa casa com um jardim, onde decidem construir um borboletário.

“Diários de Otsoga” não é um filme sobre a pandemia ou sobre o confinamento. “Tem qualquer coisa de antídoto a este tempo. É um filme sobre estar com outras pessoas”, afirmou Miguel Gomes, em entrevista à agência Lusa.

O argumento é de Mariana Ricardo, Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes, e todos eles – técnicos, atores, duas cozinheiras e outros elementos da produção – entram no filme, discutindo e construindo coletivamente a narrativa à medida que ela foi sendo feita.

“Não houve escrita, não houve trabalho de preparação. Fazia parte da ideia do filme de, no local, tentar improvisar um filme com a equipa”, tendo apenas algumas ideias de base da estrutura, contou Maureen Fazendeiro à Lusa.

No entanto, este é um diário fílmico invertido, com os realizadores a subverterem a lógica temporal. O início do filme, que começa com um beijo, é na verdade o último dia da rodagem, e à medida que os dias são filmados percebe-se a intromissão da pandemia na produção.

Para o realizador, este filme é sobre o desejo de se reconectar com as outras pessoas.

“É um filme sobre uma velha questão que existe agora, com covid ou sem covid, ‘como é que é esta coisa de vivermos juntos, de sermos uma comunidade’. Esse desejo de filmar uma comunidade nasceu como reação ao isolamento que nos foi imposto, do confinamento”, disse.

#portugalpositivo

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