Quando os meus primeiros amigos a fazer filmes e música começaram a falar e a ser falados nos jornais senti o mesmo que Jorge Silva Melo: “se, nas poucas coisas sobre as quais sei, o que está escrito é tão diferente da realidade, como confiar em tudo o resto que vem no jornal?”
Sinto que será esta uma das maiores diferenças entre as gerações passadas e as futuras: a desconfiança crítica em relação à informação que nos chega.
Atenção, ainda não chegámos lá, falo do futuro.
As compreensão de que existem fake news foram um dos passos mais significativos neste sentido. Porque o programa da disciplina de História de Portugal na escola já era fake news. Os discursos da políticos já eram fake news. A imprensa do estado novo já eram fake news, e a capa do jornal Público de hoje é fake news.
Vivemos o período de transição. As próximas gerações estão a aprender a proteger-se disto.
São os vossos filhos que nos vão salvar.
Pedro Fernandes Duarte