De que está à procura ?

Portugal

‘Ex libris’ de Viana do Castelo está à venda por pouco mais de um milhão

Um edifício emblemático na Praça da República, em pleno centro de Viana do Castelo, está à venda pelo preço base de 1,3 milhões de euros, após a falência da pastelaria que durante décadas funcionou no espaço.

Contactado pela agência Lusa, Cláudio Cruzeiro, proprietário da agência imobiliária responsável pela venda, adiantou que o imóvel tem 965,40 metros quadrados de área bruta, tendo sido construído antes de 1937, mas que “vale sobretudo pela sua localização”, em pleno centro histórico de Viana do Castelo.

Segundo o responsável, o número de investidores interessados “ultrapassa a dezena”.

Além da imobiliária Union, também o Novo Banco, principal credor da sociedade que detinha a pastelaria Caravela, e que abriu falência em setembro de 2020, após várias décadas de funcionamento, está a tentar vender o imóvel.

“Existem diversos interessados no mercado. Uns diretamente com o banco, outros com a imobiliária”, referiu Cláudio Cruzeiro.

Questionado sobre o destino do edifício de dois andares, com 567,60 metros quadrados de implantação, o proprietário da imobiliária disse que “o ideal seria reconverter, juntamente com o apoio da Câmara Municipal, uma parte para hotelaria e outra parte para outra finalidade”, referindo que o apoio da Câmara seria no sentido de “alterar o uso do imóvel, atualmente para a área de comércio”.

“A sua transformação em unidade hoteleira seria uma mais-valia para os investidores”, disse.

Em junho de 2021, o ex-presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, chegou a anunciar a compra “pelo valor que fosse necessário” do edifício “emblemático” da pastelaria Caravela, para ali criar um equipamento municipal de apoio e dinamização do centro histórico.

Segundo o socialista, “a Câmara Municipal tem direito de preferência em qualquer transação de edifícios no centro histórico”, por isso “exercerá esse direito”.

O sucessor de José Maria Costa, Luís Nobre, eleito nas autárquicas de setembro de 2021, referiu, recentemente, que a aquisição do imóvel “não é uma prioridade imediata” pelo investimento “muito avultado” que representa, mas que “a relevância e a memória que o edifício representa para o coletivo mantêm-se inalteradas”.

“Temos um contexto exigente. Não podemos estar, por um lado, a tomar medidas de redução de encargos e, por outro lado, a avançar com este tipo de ação. A política é mesmo assim. É definir prioridades em função do contexto e da capacidade financeira que temos no momento”, disse aos jornalistas, no final de uma reunião de Câmara, após ter sido questionado por um munícipe, no período aberto ao público, sobre o destino do espaço.

“Estaria a enganar-me a mim próprio e todos os seus vianenses se dissesse que estamos a trabalhar na aquisição. Estamos a trabalhar numa solução que permita manter a função que teve, de pastelaria, de café, associado à memória de quem pretende ver garantida a socialização que acontecia na Praça da República”, disse.

Segundo Luís Nobre, “a permuta ou até o aluguer seriam as soluções ideais” para o município, garantindo que “todos os agentes envolvidos “sabem o que cada uma das partes quer, nomeadamente o município, na defesa do interesse coletivo”.

Revelou que, desde 2020, ano em que a pastelaria encerrou, passou a existir a medida “Bairros Comerciais Digitais” à qual o município concorreu e que “trouxe capacidade de financiamento de outras ações e de uma estratégia para todo o centro histórico”. 

“Estamos expectantes relativamente a essa candidatura, porque ela pretende estabelecer um conjunto de espaços âncora que dinamizem e estabeleçam uma rede funcional em todo o centro histórico, para que todos os outros edifícios façam parte dessa malha, possam beneficiar dessa estratégia”, afirmou o autarca.

Luís Nobre frisou ainda que o imóvel “pode incorporar outras funções, nomeadamente a habitacional”, e lembrou que “o plano de pormenor obriga, em caso de mudança do uso de comércio para serviços, ao cumprimento do regulamento municipal que prevê que a partir do rés do chão, 2/3 do edifício tenha de incorporar a função habitacional”.

“É necessário que, quer o banco, quer a entidade que possa vir a assumir a propriedade, tenham consciência disso”, frisou.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA