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Évora destaca-se como cidade inteligente

A criação de um mercado local de energia e a reutilização de baterias de automóveis elétricos usadas são algumas das soluções de um projeto europeu de cidades inteligentes, em que Évora é uma das pioneiras.

O denominado POCITYF (Positive Energy CITY Transformation Framework), apresentado na cidade alentejana, é coordenado pela EDP e vai ser implementado ao longo dos próximos cinco anos, englobando oito cidades europeias.

O projeto visa “tornar as cidades mais inteligentes e mais sustentáveis”, com a aplicação de “um conceito novo”, o de “áreas energeticamente positivas”, revelou à agência Lusa João Maciel, responsável pela área de investigação e desenvolvimento da EDP.

Financiado pela União Europeia, através Programa Horizonte 2020, o POCITYF, que tem 46 parceiros de 12 países europeus, como autarquia, universidades e empresas, vai implementar as suas soluções em Évora e na cidade holandesa de Alkmaar.

Estas são “cidades-farol”, onde serão desenvolvidas, implementadas e monitorizadas as soluções do projeto, as quais serão replicadas nas cidades de Granada (Espanha), Bari (Itália), Celje (Eslovénia), Ujpest (Hungria), Ioannina (Grécia) e Hvidovre (Dinamarca).

Segundo a Câmara de Évora, o investimento total ascende a 22,5 milhões de euros, destinado na sua maioria às duas “cidades-farol”, Évora e Alkmaar, beneficiando a cidade alentejana de 9,8 milhões de euros.

As “áreas energeticamente positivas” são “áreas, quarteirões ou zonas” de uma cidade que “têm um balanço anual médio positivo do ponto de vista energético, ou seja, a energia produzida nessas zonas é superior à energia consumida”, explicou João Maciel.

No caso de Évora, indicou o responsável da EDP, foram determinadas três áreas energeticamente positivas, nomeadamente centro histórico, Polo da Mitra da Universidade de Évora e a povoação de Valverde, e uma zona industrial e comercial da cidade.

“O centro histórico tem a particularidade de ser uma zona protegida. Portanto, não pode ter discriminadamente instaladas soluções convencionais de produção fotovoltaica e aí temos de ser mais inteligentes e sofisticados no tipo de soluções”, notou.

João Maciel destacou, de entre as cerca de 70 soluções que serão implementadas, “a utilização de baterias de segunda vida”, que são “baterias de automóveis elétricos que já tiveram utilização e que reduziram a sua performance”.

Mas, assinalou, estas baterias “ainda são utilizáveis em aplicações estacionárias, nomeadamente para a gestão de energia em ambiente residencial ou em edifícios de serviços”.

A criação de mercado local de energia é outro dos projetos destacados pelo responsável da EDP, que explicou que este mercado vai funcionar através de uma plataforma, a qual vai “monitorizar os comportamentos positivos ou negativos” dos utilizadores.

“Uma pessoa faz um trajeto em trotineta elétrica e, ao fazer isso, como é um comportamento sustentável, comparado com a utilização de um veículo a combustão, ganha um crédito energético”, começou por explicar o responsável.

Esse crédito, continuou, “só é utilizável no âmbito da plataforma” e pode ser usado para “ajudar a reduzir a pobreza energética num outro local que seja energeticamente mais pobre ou para ganhar uma ação e passar a ser um pequeno acionista de uma central de energia fotovoltaica comunitária”, que vai ser construída no âmbito do POCITYF.

“A ideia é envolver os utilizadores e criar algumas dinâmicas de gamificação e competição saudável entre os participantes na plataforma para gerar comportamento positivos”, acrescentou o responsável.

De acordo com João Maciel, as estimativas para as três áreas energeticamente positivas de Évora apontam para um aumento da produção de energia fotovoltaica em 4.100% e uma maior eficiência energética.

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