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Europa deteta dezenas de casos de desinformação russa por semana

O grupo de trabalho do Serviço Europeu de Ação Externa contra a desinformação russa deteta, semanalmente, entre 50 a 80 casos, num total de mais de 6.300 situações identificadas desde 2015, que têm vindo a aumentar, informou fonte comunitária.

“Desde que foi criado o grupo de trabalho contra as ameaças híbridas de leste, do Serviço Europeu de Ação Externa, foram detetados mais de 6.300 casos de desinformação com mensagens pró Kremlin [a favor do regime russo]”, avançou à agência Lusa fonte oficial da Comissão Europeia, em Bruxelas.

Isto dá uma média de 50 a 80 casos de desinformação russos por semana, número que este ano duplicou face a 2018, de acordo com a mesma fonte.

Em causa está o grupo de trabalho East StratCom, criado pela União Europeia (UE) em 2015, altura de pico de tensões entre a Rússia e a Ucrânia, que gerou o início de uma onda de desinformação promovida por Moscovo e que tem vindo a afetar os países vizinhos e a Europa.

Sediado em Bruxelas, este grupo de trabalho faz, desde então, uma análise diária das notícias divulgados pelos meios de comunicação social russos (ou relacionados com o país), assim como pelas plataformas de comunicação do regime, denunciando aqueles que classifica como casos de ‘fake news’ de âmbito internacional e, normalmente, político.

Alguns dos exemplos de recente desinformação russa denunciados pelo East StratCom referem-se à área das alterações climáticas, com os russos a afirmarem que esta “é uma invenção do ocidente”, e a ocorrências como o incêndio na Catedral de Notre-Dame de Paris, no qual se difundiu a mensagem de que “os muçulmanos estavam por detrás” do fogo.

Também durante o período que antecedeu as eleições europeias de maio passado houve uma maior incidência de ‘fake news’ russas sobre a UE, que tentaram fazer passar a ideia de que “não valia a pena votar”, num total de cerca de mil casos de desinformação detetados entre janeiro e maio deste ano, que comparam com 434 no mesmo período de 2018.

Ainda assim, nenhum destes casos detetados foi considerado grave.

Por estar focado na zona do mundo de mais provém mais desinformação, este grupo de trabalho tem vindo a ser reforçado desde a sua criação, nomeadamente ao nível de recursos humanos, já que começou com cinco membros e hoje tem 16, alguns dos quais vindos diretamente dos Estados-membros.

Também o orçamento alocado a este grupo de trabalho tem vindo a aumentar, ao passar de uma verba de 1,1 milhões de euros em 2018 para três milhões de euros este ano.

Este montante é, então, dirigido a uma monitorização profissional dos conteúdos e a uma verificação dos factos divulgados.

Para publicar os casos que identifica como desinformação, o grupo de trabalho criou uma página na internet e presença nas redes sociais Twitter e Facebook, bem como uma ‘newsletter’ semanal.

O objetivo é sensibilizar os cidadãos, tanto dentro da UE, como também nos países vizinhos da Rússia, como a Ucrânia, Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Geórgia e Moldávia.

O combate à desinformação e às ‘fake news’ tem estado no topo da agenda da Comissão Europeia e do Conselho da UE.

 

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