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Estudantes desenvolvem projetos para reaproveitar alimentos

O reaproveitamento de produtos da indústria alimentar, a escolha de ingredientes nacionais e a sustentabilidade das embalagens foram as principais preocupações dos estudantes do ensino superior que competem, no dia 21, na fase final do concurso Ecotrophelia Portugal.

A edição de 2019 do Ecotrophelia Portugal, iniciativa promovida pela PortugalFoods que incentiva os universitários a desenvolverem produtos alimentares inovadores, contou com 20 propostas, mas apenas 10 foram consideradas os “mais inovadoras” para o setor alimentar português.

Contactados pela Lusa, os estudantes responsáveis pelos projetos que vão a concurso no dia 21 de maio, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, afirmaram que foram questões como a “valorização dos produtos nacionais” e o “aproveitamento de produtos desperdiçados pela indústria alimentar” que tornaram possível a disputa pelo prémio final.

Patrícia Dias e as colegas do mestrado em Engenharia Alimentar da Escola Superior de Biotecnologia do Porto entenderam que “faltava algo às sobremesas tradicionais” e decidiram “trazer as sobremesas da avó” a concurso: o arroz doce a aletria com baixo teor de açúcar e poucas calorias.

Para também “reinventar” alimentos utilizados pelos consumidores, surgiu o ‘TOLIVE’, um produto desenvolvido por quatro alunos do mestrado de Ciências do Consumo e Nutrição da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) assente numa entrada de dois patês “‘gourmet e vegan’”.

Por sua vez, João Félix Silva e os colegas de mestrado em Tecnologia e Ciência da Universidade do Porto e da Universidade do Minho não deixaram escapar a oportunidade de reaproveitar a dreche (um subproduto da indústria cervejeira) para fazer uma granola que ajudar a manter “os níveis de colesterol”.

Também a equipa de Maria Inês Novais, estudante do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, aproveitou a cabeça, o rabo e a primeira posta do salmão que “muitas vezes são consideradas desperdício”, para fazer uma conserva, o ‘Salmar’.

Já Maria Ruiz e os colegas de mestrado de Tecnologia e Ciência Alimentar da Universidade do Porto reaproveitaram o soro de leite (um subproduto da indústria do leite) para fazer um húmus com “sabor que lembra o fumeiro”, o ‘Whummey’.

Entre confeções mais elaboradas e outras mais simples, encontra-se o ‘Delichí’, um snack “100% de origem vegetal” que “preenche várias necessidades nutricionais”, disse à Lusa Mariana Vala, aluna do Instituto Superior da Agronomia.

O ‘Sanckisy’, outro snack “100% de origem vegetal”, reutiliza subprodutos da indústria dos óleos vegetais, como a amêndoa e o amendoim, explicou Sara Dias, estudante de mestrado em Tecnologia e Ciência Alimentar da Universidade do Porto.

Também “100% vegetal” é o conceito de hambúrguer desenvolvido por cinco estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, o ‘Ecoburguer’ que pode ser uma “opção para pessoas vegetarianas”, explicou Raquel Andrade.

Ana Fernandes e os colegas da Universidade de Aveiro, criaram uma bolacha saudável e “100% nacional” – a ‘Honey Bite’ – que ao utilizar ingredientes produzidos em solo nacional “promove o país”.

Já a equipa de Beatriz Silva, estudante de mestrado em Tecnologia e Ciência Alimentar da Universidade do Porto, criou um “snack doce e saudável”, o ‘Plantcakes’, um preparado em pó “ao qual basta adicionar água” para obter panquecas “sem glúten”.

À Lusa, os estudantes universitários confessaram que uma das “grandes preocupações” foi a criação de embalagens biodegradáveis, recicláveis e amigas do ambiente.

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