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Esticar a corda

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Educação e transportes começaram por ser a moeda de troca que juntou PS , PCP e BE numa “geringonça” improvável . Eram todos Mário Nogueira e Arménio Carlos, como hoje são todos Centeno. Deu jeito ao PCP e ao BE, que reforçaram a influência em setores estratégicos que querem colonizados pelo marxismo mais estatizante e retrógrado, avesso a critérios de boa gestão e serviu ao PS, garantindo a aprovação de orçamentos do Estado carregados de impostos e austeridade, sem a costumeira contestação social nas ruas, que a extrema-esquerda mobiliza, de cada vez que alguém à sua Direita governa. Era assim, mas tudo mudou.

A um ano das eleições legislativas, rivaliza-se abertamente tendo a Educação e os transportes como pretexto e as greves como arma, separando-se águas a pensar exclusivamente nas urnas.

Assistir à forma como há dias, na Assembleia da República, as diferentes parcelas da dita maioria “estável e duradoura”, se desdobraram em acusações sobre os termos da contagem do tempo de serviço dos professores durante os períodos de congelamento das carreiras, que por acaso constam da norma do Orçamento do Estado que todos quiseram, redigiram e aprovaram, soou quase a caricatura.

Que diferença dos tempos de que já ninguém se lembra em que, questionado a este propósito pelo camarada aliado Mário Nogueira no 1.º Congresso das Escolas, o ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues respondeu: “Têm a minha palavra de que lutarei radicalmente pelos direitos dos professores”. Pois…

Do mesmo modo, o secretário-geral da CGTP retomou a velha cartilha do conflito de classes. Quanto não terá sofrido nestes anos de forçada concórdia? Como se percebe o alívio radicalmente corporativo com que, podendo voltar ao normal, disse a quem reclamava pela paralisação dos comboios que impedem deslocações para o trabalho para se irem queixar ao Governo.

Aqui chegados, o PCP “estica a corda” que segura por pontas o casamento de conveniência à espera que rompa. Tudo o que António Costa mais deseja. Certamente também tudo o que o BE mais teme.

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