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Espécies marinhas ameaçadas vão ter série dedicada

Espécies marinhas ameaçadas na costa portuguesa estão na base de um projeto de educação e sensibilização ambiental que publicará mensalmente vídeos na internet para divulgar, proteger e preservar os valores naturais do mar português.

“Não sendo a primeira ‘web serie’ com este formato, é a primeira vez que está a ser feito a nível mundial e a primeira produzida em Portugal”, disse à agência Lusa o fotógrafo João Rodrigues.

Com lançamento previsto para janeiro de 2021 na internet, cada um dos 12 episódios concentra-se num protagonista das águas portuguesas “que se encontra em perigo, vulnerável, sob pressão ou em vias de extinção”, realçou.

O fotojornalista da revista National Geographic e ​autor do documentário “Cavalos de Guerra”, sobre os cavalos-marinhos da Ria Formosa, no Algarve, frisou que o projeto “The House of Neptuno” pretende “ultrapassar as fronteiras portuguesas” através de “plataformas digitais inovadoras e gratuitas”.

Realizados pela sua produtora Chimera Visuals, sediada em Faro, cada vídeo de dois minutos é “uma viagem com esse animal”, concentrando-se num comportamento específico.

Como exemplo, João Rodrigues destacou o episódio piloto, que serviu de “isco para os financiadores” e que mostra um grupo de tubarões azuis, nos Açores, a “alimentarem-se de um cachalote morto, em mar aberto”.

Nos diferentes capítulos desta história é dada “uma visão positiva” apresentando “medidas do que pode ser feito em termos de legislação ou por cada cidadão”.

A comunicação “é simples, não descurando o rigor científico” e com uma grande aposta na apresentação visual para lhe dar uma visão “fresca e apelativa”.

“Quem é esta espécie, onde é que ela habita, o que se passa com ela e o que pode ser feito para ajudar estes animais?”, resumiu o biólogo.

Cada vídeo procura abordar comportamentos específicos da espécie, a “alimentação no caso dos tubarões azuis”, a “proteção territorial do mero”, o “parto de um cavalo-marinho” ou o “acasalamento e postura de um choco”, exemplificou.

Numa edição onde “não há qualquer tipo de narração ou texto, mas se sente o som da água”, os vídeos são antecedidos de um texto informativo sobre cada espécie, de forma resumida, para “agarrar todo o tipo de público” e “quem estiver interessado encontra um texto informativo que aprofunda a questão”.

João Rodrigues adiantou que estão já totalmente “gravados quatro episódios” e há material “para mais dois”, avançando que o choco, os cavalos-marinhos, o polvo, o mero, o tubarão mako, o atum e a jamanta são “alguns dos animais a abordar na primeira temporada”.

“The House of Neptuno” terá uma página de internet de acesso gratuito e uma aplicação onde “será possível aceder aos episódios, ao texto explicativo, a uma galeria de fotos inéditas e a uma rede social da série”, que permitirá aos interessados “interagir entre si, com a equipa da série ou com investigadores associados”, que podem “responder às questões na hora”.

Sendo gratuito, o projeto está dependente de patrocínios “que ainda não abrangem todos os custos da temporada”, realçou João Rodrigues, que continua à procura de apoios para viabilizar os 12 episódios de 2021.

É intenção do biólogo que “The House of Neptuno” seja usado pelas escolas para o ensino e sensibilização ambiental, sendo que os episódios “podem ser usados de forma isolada ou toda a temporada e gerar o debate sobre esta temática junto da comunidade estudantil”.

 

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