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Escritor português em festival literário na Indonésia

O escritor português João Morgado estará presente no Ubud Writers Festival nos planaltos de Bali, Indonésia, de 27 a 31 de outubro.

O principal festival literário do sudeste Asiático, destaca-se também por ser um encontro internacional e que leva o público a “descobrir vozes únicas e a literatura excecional de cantos conhecidos e desconhecidos” do mundo.

Segundo dados da organização do festival, mais de 150 escritores e pensadores vão “convergir em Ubud para debater sobre questões que separam e unem os povos, como o poder da narrativa e o papel da palavra escrita na defesa dos valores e liberdades da humanidade”.

“Num ano tão difícil para muitos, com guerras e conflitos, desastres naturais e turbulência política, afetando as nossas vidas e as vidas dos nossos vizinhos, amigos e entes queridos, perguntamos como podemos unir as muitas vertentes de diferentes culturas e perspetivas para criar uma compreensão mais profunda, respeito mútuo e igualdade”, disse Janet DeNeefe, diretora do festival.

João Morgado participará em três painéis. No dia 28 de outubro, marcará presença num encontro de poesia centrada no tema Memayu Hayuning Bawana, a antiga filosofia javanesa que remete para os princípios pelos quais cuidamos, protegemos e embelezamos o nosso universo. “A poesia tem o poder de nos mover, inspirar e unir”. Além de Morgado, estarão presentes Rob Arnold, um poeta local de língua chamorro, Miles Merrill, australiano, e o norueguês Allen C. Jones.

No dia 30, o escritor português integrará o painel “Olhando o passado: escrevendo sobre a história”, para falar da sua “Trilogia dos Navegantes” – romances biográficos de Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães. Terá a companhia de premiados escritores, como Isna Marifa, da Indonésia, e Mirandi Riwoe, da Austrália.

Já no dia 31, no fecho do evento, entre os cocktails coloridos de Boliche, um tradicional bar de Ubud, João Morgado é o convidado para uma conversa com Giuseppe Catozzella, embaixador da ONU e aclamado romancista italiano, a renomada romancista australiana Laura Jean McKay e Emily Brugman, que escreve sobre as experiências de migração da família finlandesa.

“É uma honra poder representar a literatura portuguesa no outro lado do mundo, falar da nossa cultura e da nossa história, ler poesia em português – com posterior tradução. Pessoalmente, também é gratificante que o meu trabalho esteja a chamar a atenção de cada vez mais leitores”, refere João Morgado.

Este tem sido um ano de internacionalização para João Morgado que tem lançado obras em várias línguas e vê assim reconhecido o seu trabalho além-fronteiras.

O autor prepara ainda o lançamento de algumas obras até final do ano, e deverá ter a tradução de “Fernão de Magalhães e a Ave-do-Paraíso” para a língua sérvia, aquando da Feira do Livro de Belgrado, também no final do mês de outubro.

João Morgado é nascido na Aldeia do Carvalho, na Covilhã, região Centro de Portugal. Poeta e romancista português, publicou o primeiro romance em 2010, “Diário dos Infiéis”, e não parou mais de editar. Tem neste momento sete romances publicados e muitas outras obras divididas entre o conto, a novela, a poesia ou as narrativas infantojuvenis. É doutorando em Ciências da Comunicação na Universidade da Beira Interior, onde se licenciou, tem mestrado em Estudos Europeus na Universidade de Salamanca, Espanha, e uma pós-graduação em Marketing Político pela Universidade Independente / Universidade de Madrid. É membro do Centro de Investigação Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão. Preside a Casa do Brasil – Terras de Cabral e participa ativamente em diversas associações.

Trabalhou como operário têxtil e jornalista na imprensa local e nacional portuguesa. Atualmente, é consultor em meios empresariais e políticos e dirigente de associações sociais e económicas.

Considera-se um “autor plural” já que apresenta uma obra diversificada nos temas e oferece diferentes linguagens, estruturas narrativas e estilos literários.

“Os meus heterónimos moram todos na mesma casa e olham o mundo pela mesma varanda, pelo que respondem pelo mesmo nome”, atesta Morgado.

Esta policromia já lhe valeu nove prémios literários, adaptações para teatro e algumas traduções para inglês, espanhol, russo, sérvio e chinês.

João Morgado foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cívico e Cultural, oficializada pela República Federativa do Brasil, pelo seu trabalho de investigação sobre Pedro Álvares Cabral. Recebeu ainda o Troféu “Cristo Redentor” da Academia de Letras e Artes de Paranapuã – Rio de Janeiro.

No campo do romance, foi o vencedor do Prémio Literário Vergílio Ferreira 2012, do Prémio Literário Alçada Baptista 2014, do Prémio Nacional de Literatura LIONS 2015, do Prémio Literário Fundação Dr. Luís Rainha, do Prémio Correntes d’Escritas 2015, recebeu a Medalha do Mérito Literário da “Ordem Internacional do Mérito do Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral” (Brasil), 2017.

Na poesia, conquistou o Prémio Manuel Neto dos Santos 2015. No conto, recebeu o Prémio Literário António Serrano 2016 e o Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca 2020.

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