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Escolas Portuguesas no Estrangeiro têm dificuldade em recrutar professores

A principal dificuldade das escolas portuguesas no estrangeiro é a contratação local de professores devido às qualificações exigidas, uma contrariedade que se resolve com a deslocação de docentes de Portugal, segundo a diretora-geral da Administração Escolar portuguesa.

Susana Castanheira Lopes falava no primeiro Encontro anual das Escolas Portuguesas no Estrangeiro, nas instalações da Escola Portuguesa de Cabo Verde.

Para esta dirigente do Ministério da Educação português, a dificuldade na contratação local de professores está relacionada com as regras que obrigam os docentes locais a terem as qualificações exigidas para todas as escolas em Portugal.

“Torna-se por vezes difícil localmente encontrar pessoas docentes que tenham as qualificações profissionais para os grupos de recrutamento que fazem parte do sistema e que lecionam as diversas disciplinas do currículo”, disse.

Susana Castanheira Lopes assegurou que este problema “é sempre resolvido”.

“Os nossos alunos nunca estão sem professores. Se não é possível contratar localmente, faz-se a deslocalização de professores vindos de Portugal”, declarou.

A diretora-geral da Administração Escolar portuguesa considera que “é atrativo para os professores” a possibilidade de lecionarem num outro país, sobretudo “pela experiência que traz uma vivência destas”.

“Lecionar numa escola fora do território nacional é um grande desafio e uma descoberta e não haja dúvida que todos saem desta experiência muito recompensados”, disse.

Susana Castanheira Lopes sublinhou “o contacto com novas populações, outros saberes, outras culturas” que é “um momento muito importante no crescimento cultural e na dignificação da própria carreira docente”.

E acrescentou: “O que torna estas escolas especiais é a população escolar, com a sua caracterização local, a sua idiossincrasia. Os alunos destas escolas trazem consigo, na sua mochila, a sua cultura e a sua língua”.

Em relação a Cabo Verde, onde decorre este primeiro encontro das escolas portuguesas, recordou que “é um país onde a língua portuguesa deixou de ser a língua materna. Quando os alunos entram nesta escola, nem sempre trazem competências no domínio da língua portuguesa, mas facilmente as adquirem”.

“Isto significa que o aluno vai divulgar a língua no seu seio familiar e depois essa divulgação alarga-se”, adiantou.

Para Susana Castanheira Lopes, uma das principais expressões do sucesso destas escolas é a lista de espera que todas têm.

“As nossas escolas são o elemento preferencial das populações locais. Temos listas de espera muitíssimo grandes e, com muita pena, não podemos satisfazer toda a procura”, disse.

Susana Castanheira Lopes considera que este é “um bom sinal”. “Os pais pressionam muito as direções para os seus filhos entrarem nas nossas escolas e é sinal de que gostam das nossas escolas e têm confiança no ensino que é ministrado”.

A escolha de Cabo Verde para palco deste primeiro encontro não foi aleatória.

“Foi a última escola a ser aberta. E quisemos começar por aí, mostrar à população e aos professores que a escola de Cabo Verde, pioneira do ensino do português neste território, através de uma entidade pública, é sem dúvida uma forte afirmação da língua e cultura portuguesas”.

Com o tema “Língua Portuguesa e os Desafios do Futuro”, o encontro é uma iniciativa da Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) e da Escola Portuguesa de Cabo Verde – Centro de Ensino e da Língua Portuguesa (EPCV-CELP), estando prevista a presença de escolas portuguesas na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e da Região Administrativa Especial de Macau.

 

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