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Ensino de português na Alemanha: professores queixam-se de falta de instruções

A secretária-geral do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL), Teresa Duarte Soares, voltou a pedir “instruções respeitantes aos professores” de grupos de risco, em caso de contágio pela covid-19, como já aconteceu para os docentes em Portugal.

A sindicalista, que teve na sexta a primeira reunião com o embaixador de Portugal na Alemanha, Francisco Ribeiro de Menezes, que tomou posse em fevereiro, argumentou que o Ministério da Educação “enviou para as escolas os casos considerados de risco”, havendo até “uma portaria publicada em Diário de República”.

“Em toda a rede de Ensino de Português no Estrangeiro [EPE], o Instituto Camões acabou por ignorar que há professores, e claro que há, que pertencem a grupos de risco. O sindicato que represento não está a dizer que têm de dispensar imediatamente esses profissionais, mas sim informá-los sobre os seus direitos”, frisou Teresa Duarte Soares, em declarações à agência Lusa.

O diplomata Francisco Ribeiro de Menezes remeteu para a resposta já dada pelo presidente do Camões – Instituto de Cooperação e da Língua à agência Lusa.

O embaixador Luís Faro Ramos tinha garantido, através de ‘e-mail’, que as “coordenações de ensino tiveram e têm em atenção, desde o primeiro momento, a segurança dos docentes da rede”.

O Instituto Camões tem este ano letivo a seu cargo 320 professores, 170.000 estudantes, 84 centros de língua portuguesa e está presente em 74 países. Na Alemanha, são 37 os docentes em 114 escolas de 102 localidades.

Para o embaixador de Portugal na Alemanha, é importante realçar que, “mesmo nestas circunstâncias” de pandemia de covid-19, as aulas recomeçaram sem problemas, com “o nível de inscrições no ensino paralelo virtualmente idêntico aos números do ano passado”.

“Tivemos a ocasião de valorizar muito o trabalho dos professores e dos encarregados de educação, cujo contributo para manter a rede aberta e a funcionar é absolutamente extraordinário. Por outro lado, constatámos que, apesar dos efeitos da crise pandémica, do caráter anómalo com que se passou o ano escolar 2019-2020, as perspetivas para este ano escolar são encorajadoras”, destacou à Lusa Francisco Ribeiro de Menezes.

Teresa Duarte Soares lamentou ainda as “diferenças indesejadas” na rede EPE, acreditando existirem “duas classes de professores e duas classes de alunos”.

“Os que têm melhores condições, que são os do ensino integrado, com muitos alunos estrangeiros. Não pagam propina, têm pequenos grupos, turmas homogéneas, portanto todos do mesmo nível de escolaridade. Já o professor que está no ensino paralelo, tem alunos amontoados, do 1.º ao 10.º anos de escolaridade, todos na mesma tarde. Os alunos não têm direito a um ensino de qualidade e ainda pagam propina”, explicou, apontando o pagamento de cerca de 100 euros por ano, aplicado apenas aos estudantes portugueses da rede EPE.

Francisco Ribeiro de Menezes garantiu “transmitir as inquietações e as sugestões do sindicato a este respeito”.

Além da reunião com a secretária-geral do SPCL, a embaixada recebeu também hoje, durante a manhã, mais de 30 professores da rede EPE na Alemanha.

A iniciativa insere-se numa jornada dedicada à educação, que antecipa o Dia Mundial do Professor, em 05 de outubro.

 

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