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Encontro de investidores da diáspora nos Açores já possibilitou novos negócios

Mais de 100 empresários de 11 países estão na ilha Terceira para conhecer as potencialidades de investimento nos Açores e para alguns o I Encontro Intercalar de Investidores da Diáspora já deu frutos.

“No âmbito deste encontro, ontem, de uma forma informal, tivemos uma possibilidade de um potencial negócio para começar a explorar a hipótese de enviar [peixe] para a Califórnia. Já está dando frutos a nossa participação neste encontro”, adiantou, em declarações à Lusa, Simão Neves, da empresa Azorfisk, da ilha de São Miguel, que exporta peixe dos Açores para o continente português, mas também para Canadá, Estados Unidos e Espanha.

Para o empresário açoriano, o arquipélago tem potencial para captar investimentos, não só pelos apoios financeiros e operacionais, como pela imagem ligada à natureza e pelo conhecimento existente, mas há ainda arestas a limar para aumentar a exportação.

“Um ponto que é preciso melhorar é a parte dos transportes que nos permitam de forma mais rápida e mais eficaz chegar ao destino final. Esse é que é o aspeto a melhorar e muito”, frisou.

Tony Saramago, empresário na África do Sul, sem raízes açorianas, já investiu no arquipélago da Madeira e espera estender o negócio aos Açores.

“A nossa área de negócios é na área da saúde, são facilidades antes de ir para o hospital e cuidados continuados. Nos Açores, como em Portugal, o sistema de saúde está em rutura, portanto tem de se começar a encontrar formas mais baratas de tratar certo tipo de patologias”, salientou.

Mais do que as vantagens fiscais, o empresário procura mercado para investir e mão de obra qualificada, porque, frisou, é “mais barato” do que importá-la.

David Tavares tem já empresas nos Açores, na área das telecomunicações, com mais de 50 funcionários nas ilhas de São Miguel, Terceira e Pico, mas assegurou ter intenção de estender a presença “a todas as ilhas”.

Natural de São Miguel, emigrou para o Canadá, por vontade do pai, há 50 anos, mas atualmente vai “todos os meses” aos Açores, onde tem casa.

O empresário defende que o desenvolvimento económico da região passa pela captação de investimento estrangeiro, sobretudo de açorianos, que, como ele, criaram negócios noutros países.

Com um “bom trabalho” na área das telecomunicações e saudades de casa, David Tavares chegou a pensar em regressar aos Açores, mas convenceram-no a começar um negócio e hoje tem escritórios em várias cidades no Canadá e nos Estados Unidos.

A aposta no arquipélago, afirmou, não foi feita apenas pelos laços afetivos, mas pela sua localização estratégica.

“A nossa visão era entrar na Europa e os Açores são a porta da Europa para quem vem da América do Norte”, frisou.

Até domingo, 110 empresários de 11 países assistem, na Praia da Vitória, a debates sobre as grandes áreas estratégicas de economia dos Açores, as políticas públicas do Governo da República, as medidas de apoio ao investimento e as políticas para as comunidades portuguesas, estando ainda previstas visitas a projetos locais e à cidade de Angra do Heroísmo, que integra a lista de Património Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).

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