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Empresas portuguesas têm medo de crescer

A terceira edição do Barómetro PME identifica crenças limitantes nas PME portuguesas que as impede de crescer.

O nível de conhecimento e formação que os decisores de PME demonstram ter é ainda muito limitado e o acesso a educação de qualidade é um fator crítico para a competitividade das empresas. 

Segundo a terceira edição do Barómetro PME Magazine, feita em fevereiro de 2023 a cerca de 1.000 empresas, 60% das PME diz não ter interesse em exportar. Quase 79% das empresas não se sente pressionada relativamente à emergência climática. Mais de 86% não utiliza ferramentas de gestão de risco, e a maioria não reconhece nenhuma necessidade em utilizá-las. E ainda 71,8% das empresas não realizou qualquer investimento em transformação digital em 2022.  

Pedro Brito, associate dean da Nova Executive Education, aponta um fraco nível de conhecimento e formação dos decisores das PME inquiridas e a existência de duas principais crenças limitantes que impedem as PME portuguesas de crescer. 

Crença nº1: “Para além de termos poucos recursos, não temos escala para nos internacionalizarmos”

Muitas PME possuem recursos financeiros e humanos limitados para investir em novos mercados e estabelecer relações comerciais internacionais ou responder a pedidos de grande volume. No entanto, não se unem a outras numa jornada de internacionalização, diluindo o risco e aumentando o proveito para as partes. A falta de incentivos financeiros e as barreiras linguísticas associadas são outras “desculpas” para muitas empresas ignorarem a oportunidade de exportar e internacionalizar.

“Os decisores das PME têm de compreender que só com mais conhecimento e formação sobre os desafios à exportação, como a logística internacional, regulação ou barreiras comerciais, e apenas com uma atitude colaborativa, juntando-se a outras organizações e ganhar escala, é que será possível crescer de forma sustentável. O receio em perder controlo pode ser reduzido e os benefícios para as empresas é exponencialmente superior à tradicional estratégia de sobrevivência focada apenas no território nacional”, explica Pedro Brito.  

Crença nº2: “O tema sustentabilidade não é algo que impacte o meu negócio de forma direta”

A Diretiva Europeia de Relato Não Financeiro (2014/95/EU) exige que empresas com mais de 250 funcionários relatem informações sobre o seu desempenho em áreas como meio ambiente, direitos humanos, questões sociais, diversidade e combate à corrupção. “As PME que trabalhem para estas empresas de grande dimensão como fornecedores ou subcontratados vão estar muito expostas na medida que estas empresas vão exigir às PME práticas de sustentabilidade similares. As pequenas e médias empresas que não as cumprirem poderão sentir o impacto diretamente nas receitas e capacidade de atrair talento qualificado, uma vez que as grandes empresas passarão cada vez mais a selecionar parceiros que respeitem estas orientações”, esclarece Pedro Brito.

Estas duas crenças têm algo em comum: o nível de conhecimento e formação que os decisores de muitas PME demonstram ter é ainda muito limitado. Por isso, o Associate Dean da Nova Executive Education admite que “o acesso das PME a educação de qualidade é fator crítico para a competitividade das empresas e do nosso país”.  

Mais informações sobre os resultados do Barómetro PME aqui.

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