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Empresa portuguesa lidera projeto europeu de segurança no mar

Os sistemas de navegação por satélite (GNSS) já estão plenamente integrados na sociedade civil como serviço de geolocalização e guia, mas a tecnologia desenvolvida tem um potencial de utilização muito maior. Atualmente são um dos sistemas mais fiáveis para melhorar a segurança da navegação, constituindo uma ajuda vital para muitos meios de transporte.

Embora hoje em dia o GPS, GLONASS e Galileo já estejam operacionais, necessitam do apoio de sistemas de aumentação de sinal para cumprirem determinados requisitos ótimos de serviço. Estes sistemas podem estar baseados em aeronaves (ABAS), em estações terrestres (GBAS), em estações terrestres regionais (GRAS) e em satélites (SBAS).

Particularmente o programa EGNOS (European Geostationary Navigation Overlay Service) é um sistema de aumentação por satélite que completa o serviço GPS em todos os Estados europeus, embora possa vir a estender-se a outras regiões desde que estejam dentro da cobertura do sistema. Desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (ESA) e pela Comissão Europeia, este serviço de Aumentação Geoestacionário em que a GMV participou desde a origem (1999), compõe-se de três satélites, uma rede de 40 estações e 4 centros de controlo no segmento terrestre para gerir os sinais transmitidos.

A União Europeia já está a trabalhar na terceira fase do programa (EGNOS v3), uma fase em que se estão a desenvolver prestações de melhoria, não apenas para GPS mas também para Galileo, trabalhando tanto em monofrequência como em dupla frequência. Paralelamente também se estão a empreender numerosos projetos para tirar o máximo rendimento desta tecnologia em diferentes áreas, tanto na aviação como no setor terrestre e marítimo.

Um destes projetos é o SEASOLAS, desenvolvido por um consórcio liderado pela GMV e cuja missão consiste em avaliar o potencial do serviço de segurança operacional (Safety) desta fase de EGNOS para sua aplicação ao setor marítimo. Além de questões tecnológicas, o projeto trata de outros aspetos importantes como o mercado, custo-benefício, questões estratégicas, prestação de serviços, estandardização, etc.

O projeto SEASOLAS, no qual também participam a Konsberg, GLA, ESSP e VVA, conta com a supervisão técnica da Agência do GNSS Europeu (GSA) enquadrando-se no programa Horizonte 2020 (financiado pela Comissão Europeia).

No marco do projeto, a GMV realizou recentemente uma campanha de dados a bordo de um cargueiro da empresa OPDR (MacAndrews, desde 2018) no trajeto Sevilha – Tenerife – Las Palmas – Sevilha, com o objetivo de analisar as características particulares do ambiente marítimo.

Esta campanha, que foi possível graças à gestão e disposição do Porto de Sevilha, consistiu na instalação de cinco recetores GNSS multifrequência em diferentes pontos do cargueiro. Estes recetores recolheram dados em diferentes fases operacionais, como a entrada na eclusa de Sevilha, operações portuárias ou navegação oceânica.

Das informações obtidas durante o processo, estudou-se a probabilidade com que se comprometia a segurança da navegação em função de diferentes eventos. Apesar das inclemências meteorológicas sofridas durante o trajeto, a campanha foi considerada um êxito, em grande parte devido à colaboração da tripulação do OPDR Canárias.

Com os resultados destes dados processados, foi possível definir-se com maior precisão as dificuldades específicas da navegação marítima, tendo-se proposto um conjunto de soluções técnicas para abordá-las e para garantir a segurança da navegação.

GMV no Programa EGNOS

A GMV teve desde o início um papel relevante no programa EGNOS, trabalhando nas suas fases de conceção e definição. Destaca-se especialmente o seu trabalho no desenvolvimento do CPFPS (EGNOS Central Processing Facility Processing Set) como elemento-chave do sistema, já que o seu objetivo consiste em calcular todas as correções que se enviam ao utilizador, incluindo a mensagem de integridade.

O trabalho da GMV vai mais longe, envolvendo também a sua participação ativa no desenvolvimento de bancos de testes (System Test Bed), simuladores (EGNOS End to End Simulator), ferramentas de análise e monitorização e ferramentas de qualificação do sistema (como o ASOF – Application Specific Qualification Facility), além de um grande número de atividades auxiliares.

Além disso, a GMV tem estado a desenvolver novos serviços e a manutenção do sistema EDAS – Serviço Europeu de Acesso aos dados de EGNOS (EGNOS Data Service) desde 2006.

Sobre a GMV

A GMV é um grupo tecnológico internacional fundado em 1984 que opera a nível mundial nos seguintes setores: Aeroespacial, Defesa e Segurança, Cibersegurança, Sistemas Inteligentes de Transportes, Saúde, Telecomunicações e TI para a Administração Pública e grandes empresas. Em 2017, a GMV apresentou receitas superiores a 160 milhões de euros contando com uma equipa de cerca de 1.600 profissionais. Atualmente, a GMV tem filiais em Espanha, Alemanha, Colômbia, França, EUA, Malásia, Polónia, Portugal, Reino Unido e Roménia sendo que 65% da sua faturação resulta de projetos internacionais e 10% desse valor é aplicado em I&D.

A GMV atingiu o nível 5 de CMMI (Capability Maturity Model Integration), o modelo de melhoria de processos mais prestigiado a nível mundial, e é detentora de numerosas patentes internacionais. A GMV é atualmente a principal fornecedora mundial de Sistemas Terrestre para operadores de satélites comerciais de telecomunicações, bem como líder Europeia no processamento do Segmento Terrestre de Sistemas de Navegação (EGNOS e Galileo). Adicionalmente, é a principal fornecedora de sistemas de comando e controlo C3I do Exército Espanhol e o principal fornecedor Ibérico de sistemas telemáticos para o transporte público. No sector das TIC, a GMV é considerada uma referência enquanto fornecedor de serviços e soluções avançadas de cibersegurança em redes IP, aplicações de mobilidade e aplicações para o setor público e desenvolvimento do e-Governement.

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