Edite Estrela vai propor inclusão do teste do voto eletrónico no programa do PS

A deputada Edite Estrela comprometeu-se esta sexta-feira, durante a audição ao Grupo Parlamentar do seu partido pelo Conselho Regional na Europa do Conselho das Comunidades Portuguesas, a propor a inclusão do teste do voto eletrónico no programa eleitoral do Partido Socialista para as eleições legislativas de 18 de maio.
A sua posição em relação a esta temática, que não reúne consenso na Assembleia da República nem no Grupo Parlamentar socialista, foi assumida perante mais de duas dezenas de conselheiros em pleno Palácio das Necessidades, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Depois de enumerar algumas das leis propostas pelo PS e passadas no Parlamento português ao longo dos últimos anos, a deputada – em substituição de Paulo Pisco, eleito pelo círculo da Europa e que não pode marcar presença devido a uma deslocação oficial a França – defendeu que “os processos eleitorais têm que ser avaliados” e que, na sua opinião, é pelo teste-piloto do voto eletrónico “que se deve avançar para ver se é seguro”.
Questionada pelo conselheiro Hilário Cunha, em representação do círculo de Espanha, sobre o facto de o Partido Socialista ter votado contra o Projeto de Resolução apresentado pelo PSD relacionado com o voto eletrónico (Paulo Pisco absteve-se), Edite Estrela aproveitou para clarificar a situação: “O que eu defendi foi o projeto-piloto, defendi-o com toda a convicção. O que é diferente de falar de voto eletrónico alargado a todas as situações. Acho que este projeto tem pernas para andar. Farei essa sugestão, para que seja incluido no nosso programa eleitoral. Em relação ao teste-piloto, é um compromisso que estou aqui a assumir, para que seja incluído no nosso programa eleitoral”.
Na sua intervenção, a socialista aproveitou também para mencionar casos de sucesso e de insucesso dos países que já adotaram esta modalidade, defendendo que em primeira instância é vital garantir condições de segurança.
“Sabemos que houve interferências da Rússia nas penúltimas eleições norte-americanas, que houve interferências na Roménia… Tem havido interferência noutros países por forças externas. Não é por acaso que a Alemanha tem na sua constituição a proibição do voto eletrónico. Por outro lado, França executa-o e está a correr bem”, explanou.