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E você, o que fez pela igualdade de direitos da sua mulher?

(texto original em português, seguido da tradução francesa)

Este ano, o Luxemburgo adere pela primeira vez à Greve das Mulheres, que acontece no dia 7 de março, véspera do Dia Internacional da Mulher.

A primeira Greve das Mulheres (ou Greve Feminista) teve lugar em 14 de junho de 2019 na Suíça, com mais de 500 mil pessoas a protestarem nas ruas de várias cidades da Confederação Helvética pela igualdade salarial entre mulheres e homens. Vários sindicatos nacionais apelaram à manifestação contra a revisão de 2018 da lei federal sobre a Igualdade entre Mulheres e Homens de 1996, pois esta não prevê quaisquer sanções por desrespeito à igualdade de remuneração.

A mobilização de junho de 2019 foi a primeira a ser chamada ‘Greve das Mulheres’ – Grève des Femmes, Frauenstreik ou Sciopero Femminista, segundo a língua dos cantões suíços onde teve lugar–, mas era já terceiro acto de um protesto que se arrastava desde setembro de 2018. Em 22 de setembro de 2018 houve um desfile com 20 mil mulheres em Berna contra a revisão dessa lei. E em 14 de janeiro de 2019 era publicado o Manifesto das Mulheres, com 19 reivindicações pela igualdade de tratamento e salarial.

Os protestos de 2018 e 2019 na Suíça inscrevem-se em linha direta com a mobilização das mulheres suíças 18 anos antes, em 14 de junho de 1991, quando uma greve feminista, também lançada pelo movimento sindicalista e que levou às ruas meio milhão de mulheres naquele país, exigiu que se cumprisse o artigo constitucional federal sobre a igualdade entre mulheres e homens, previsto na lei de 14 de junho de 1981, mas que dez anos depois continuava a não ser respeitado. Ou seja, esta é uma luta que as mulheres suíças travam há 40 anos!

O que nos faz tristemente constatar que, apesar de pensarmos ingénua ou distraidamente que nos nossos países ocidentais e desenvolvidos a igualdade entre mulheres e homens fez progressos, em muitos domínios da vida e da sociedade tudo não passa de cosmética e que a luta pela verdadeira igualdade ainda agora vai no adro.

Os 3 tempos da luta das mulheres pela igualdade

Eu diria que a luta das mulheres pela igualdade remonta à Pré-História, quando a primeira mulher bateu o pé, prendeu o cabelo com um dente de tigre, pegou na lança e saiu caverna fora para caçar o mamute, entregando a vassoura ao homem, dizendo-lhe a ele para limpar o lar e tratar dos filhos.

Mais seriamente, a luta pela igualdade dos direitos das mulheres remonta ao século XIX, apesar de o Marquês de Condorcet e de Olympe de Gouges terem militado muito por esta causa no século XVIII.

Os sociólogos e o movimento feminista atribuem três tempos à luta das mulheres pela igualdade. O primeiro tempo vai do fim do século XIX ao início do século XX, e foi, grosso modo, o da luta das mulheres pelo direito de voto, mas também pelo direito das mulheres e das raparigas à educação.

O segundo acto deflagra com a revolução sexual dos anos 1960 e prolonga-se até aos anos 1980 com as ’working girls’. Uma época que traz a pílula, a despenalização do aborto, a democratização do divórcio, e questiona o lugar da mulher na sociedade, no mundo do trabalho, na família, e até no casal.

Recorde-se que em Portugal, até 1974 uma mulher não podia sair do país sem uma autorização masculina, do pai ou do marido. O cúmulo do ridículo acontecia na TAP, com as hospedeiras a poderem apenas voar para o estrangeiro com uma autorização paterna. Lembre-se ainda que durante a ditadura nem as hospedeiras nem as enfermeiras podiam casar. “E assim se diminuía insidiosamente a integridade da mulher”, conta a jornalista e escritora Carla Maia de Almeida no seu livro “Em Nome da Filha” (2017).

O terceiro momento do feminismo é o que estamos a viver agora, desde o início dos anos 2000. É a luta pela igualdade salarial, mais do que merecida. É a mesma luta de antes mas com uma voz mais ativa, mais viva, mais alta. Contra a discriminação, contra os apupos na rua, contra todo o tipo de assédio contra as mulheres. Em França, em 2018, foi aprovada uma lei contra o assédio verbal nas ruas, uma estreia a nível mundial. É um passo, mas agora falta aplicar a lei.

Vivemos atualmente a época do fim do silêncio das mulheres, em que há cada vez mais mulheres que ousam publicamente denunciar as agressões físicas e sexuais de que são ou foram vítimas. Na rua, no trabalho, nos transportes públicos, na família. Entre marido e mulher, é preciso, sim, meter a colher, para evitar que haja mais uma vítima, mais uma morte, mais um feminicídio. Agressões físicas e sexuais, a violação, tocar uma mulher sem o seu consentimento são crimes, ponto final. E devem ser exemplarmente punidos, qualquer que seja o país, não desagrade a certos juízes com o intestino grosso ligado ao cérebro.

Este é o momento das Femen e do movimento #metoo. É, sim, uma revolta mais do que mais uma luta feminista reivindicativa. As mulheres decidiram levantar a voz, levantar o punho, gritar “chega!” e bradar “não é não!”. Já não pedem licença para poder existir. Já perceberam que se pedirem com “jeitinho” não chega. Porque constatam que apesar de lutarem há mais de 150 anos para serem consideradas pura e simplesmente como iguais aos seus companheiros masculinos na sociedade, ainda não o são.

O Grito das Mulheres

A palavra japonesa “shufu” designa a doméstica, a mulher que casando, renuncia a trabalhar e fica em casa para tratar dos filhos, do marido e do lar. Lamentavelmente, hoje no Japão, shufu é já quase sinónimo de “josei”, a palavra nipónica para mulher. A mulher subalterna, obediente e serviçal, pois então! Se o Japão é considerado, como a Suíça, um dos países mais evoluídos do mundo, então deveríamos reconsiderar o grau de civilização desses países, e dos países onde vivemos, pela forma como tratam as mulheres.

Já nem falo dos casos em que os Estados se baseiam na tradição ou na religião para justificar a forma como a lei maltrata as mulheres: considerando legal a violação da mulher pelo marido porque casados, absolvendo o marido que mate a esposa adúltera, considerando normal obrigar raparigas menores a casar contra a sua vontade, sendo posteriormente violadas na noite de núpcias, permitindo a mutilação dos órgãos genitais das meninas pela excisão para que estas nunca tenham prazer na sua vida sexual. Rituais de horror que nenhum ser humano deveria passar. Nesses países, as leis só protegem os homens!

E é pior ali ou nos nossos países ocidentais, em que a discriminação de que as mulheres são vítimas existe de forma apenas pouco mais dissimulada ou velada? O o que dizer quando uma mulher denuncia que é vítima de assédio sexual no trabalho e acaba ela por ser despedida? Sim, também aqui no Luxemburgo, é assim que se resolvem esses casos em muitas empresas, das mais insuspeitas do país.

A discriminação para com as mulheres está em todo o lado. Nos nossos países, nas nossas sociedades, em que nos consideramos orgulhosamente modernos e progressistas e em que parecemos já todos conquistados à causa feminina, quem faz as tarefas domésticas lá em casa?

“Eu ajudo-te, querida!”, diz o esposo achando-se consciencioso e solidário.

“Não, não estás a ajudar! Estás apenas a fazer a tua parte, também moras aqui!”, recorda-lhe a mulher, porque ele se esquece demasiadas vezes que os dois têm um emprego, e que os dois têm direitos e deveres iguais. Mas um, afinal, acaba por ter mais direitos e o outro mais deveres.

Sim, porque esta é uma questão que não diz respeito apenas às mulheres. Mas também, e eu diria sobretudo, aos homens! Você que é homem, já se questionou hoje sobre o que fez pela igualdade de direitos da sua mulher, companheira, mãe, filha, irmã? O mundo só muda se começarmos por nós!

Também a questão da diferença salarial parece resolvida nos países ocidentais, mas é só areia para os olhos (delas!). Os Estados defendem-se dizendo já ter legislado na matéria. Mas na prática, nada acontece. Como na Suíça. Como em Portugal. Como no Luxemburgo. A constatação é triste e aflitiva.

E é por isso que esta Greve das Mulheres é um grito das mulheres, mais do que uma chamada de atenção é um murro em cima da mesa que elas dão, para que os homens reflitam no papel redutor a que votam as companheiras, mães, filhas, irmãs.

Será que muitos homens se dão conta que muitas delas trabalham 8 horas ou mais por dia, mas depois ainda têm a lida da casa à sua espera, o jantar, a loiça, a roupa para passar a ferro? E o marido no sofá a ver futebol ou no café a relaxar com os amigos! Porque muita gente ainda pensa assim: o homem trabalha, a mulher trata da casa e dos putos! É justo condenar a mulher a um duplo dia?

As mentalidades só mudam se o homem quiser. E a mulher. Sim, ambos! Porque ambos constroem a sociedade. E, em primeiro lugar, constroem a família. E, enquanto pais, têm assim o papel fundamental, o dever, de educarem filhos e filhas com a noção do que significa a igualdade entre elas e eles, igualdade nos direitos e nos deveres, seja em sociedade ou na célula familiar.

Só em 1945 a ONU adotou uma Carta de Princípios que estabelecem a Igualdade entre os Géneros, o que Olympe de Gouges tinha já feito em 1791 na sua “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”. Entretanto, estamos em 2020, o glorioso século XXI e… continuamos a falar da igualdade de géneros uma vez por ano, por ocasião do “8 de março – Dia Internacional da Mulher”. A verdadeira vitória será quando deixar de haver Dia da Mulher.

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(Foto abaixo: Creative Commons / Brasil, 2013 Maria Objetiva-Fora do Eixo;  Foto acima: Femen Ucraine 2010, Yaroslav Debelyi)

Et vous, qu’avez-vous fait pour l’égalité des droits de votre femme ?

Cette année, le Luxembourg se joint pour la première fois à la Grève des Femmes, qui a lieu le 7 mars, la veille de la Journée Internationale de la Femme.

La première Grève des Femmes (ou Grève Féministe) a eu lieu le 14 juin 2019 en Suisse. Plus de 500 000 personnes ont manifesté dans les rues de plusieurs villes de la Confédération suisse pour l’égalité salariale entre les femmes et les hommes. Plusieurs syndicats nationaux ont appelé à une manifestation contre la révision de 2018 de la loi fédérale sur l’égalité entre les femmes et les hommes de 1996, car elle ne prévoit aucune sanction en cas de non-respect de l’égalité de rémunération.

La mobilisation de juin 2019 a été la première à s’intituler “Grève des Femmes” –  Frauenstreik ou Sciopero Femminista, selon la langue des cantons suisses où elle a eu lieu –, mais c’était déjà le troisième acte d’une mobilisation qui grondait depuis septembre 2018. Le 22 septembre 2018, 20 000 femmes défilaient à Berne contre cette révision de la loi. Et le 14 janvier 2019, le Manifeste des Femmes était publié, avec 19 revendications pour l’égalité de traitement et de salaire.

Les manifestations de 2018 et 2019 en Suisse s’inscrivent en droite ligne avec la mobilisation des femmes suisses 18 ans plus tôt, le 14 juin 1991, lorsqu’une grève féministe, également lancée par le mouvement syndical et qui a fait descendre dans la rue un demi-million de femmes dans ce pays, a exigé le respect de l’article constitutionnel fédéral sur l’égalité entre les femmes et les hommes, prévu par la loi du 14 juin 1981, mais qui, dix ans plus tard, n’était toujours pas respecté. En d’autres termes, c’est un combat que les Suissesses mènent depuis 40 ans !

Cela nous fait malheureusement prendre conscience que, même si nous pensons naïvement ou distraitement que dans nos pays occidentaux et développés l’égalité entre les femmes et les hommes a progressé, dans de nombreux domaines de la vie et de la société, tout cela n’est que cosmétique et que la lutte pour une véritable égalité doit se poursuivre.

Les 3 temps de la lutte des femmes pour l’égalité

Je dirais que la lutte des femmes pour l’égalité remonte à la Préhistoire, lorsque la première femme a cogné le poing sur la table (en pierre !), a noué les cheveux avec une dent de tigre, a attrapé la lance et est parti chasser le mammouth, en tendant le balai à son homme, lui disant de nettoyer la caverne et de s’occuper des enfants.

Plus sérieusement, la lutte pour l’égalité des droits des femmes remonte au 19e siècle, bien que le marquis de Condorcet et Olympe de Gouges aient  remarquablement milité pour cette cause au 18e siècle.

Les sociologues et le mouvement féministe attribuent trois temps à la lutte des femmes pour l’égalité. Le premier moment va de la fin du 19e siècle au début du 20e siècle et peut se résumer, grosso modo, par la lutte des femmes pour le droit de vote, mais aussi pour le droit des femmes et des filles à l’éducation.

Le deuxième acte éclate lors de la révolution sexuelle des années 1960 et se poursuit jusqu’aux années 1980 avec ses “working girls”. C’est l’époque de la pilule, de la dépénalisation de l’IVG, de la démocratisation du divorce, de la remise en question de la place de la femme dans la société, dans le monde du travail, dans la famille, jusque dans le couple.

Rappelons qu’au Portugal, jusqu’en 1974, une femme ne pouvait pas quitter le pays sans une permission masculine, soit du père ou du mari. Le comble du ridicule s’est déroulé chez TAP, où les hôtesses de l’air ne pouvaient se rendre à l’étranger sans une autorisation paternelle. Rappelons également que sous la dictature portugaise les hôtesses de l’air et les infirmières n’étaient pas autorisées à se marier. “Et ainsi l’intégrité de la femme était insidieusement diminuée”, écrit la journaliste et écrivaine Carla Maia de Almeida dans son livre “Em nome da filha” (Au nom de la fille, 2017).

Le troisième moment du féminisme est celui que nous vivons actuellement, depuis le début des années 2000. C’est le combat pour l’égalité des salaires, plus que mérité. C’est le même combat qu’avant, mais avec une voix plus active, plus vive, plus forte. Contre la discrimination, contre le harcèlement sexuel dans la rue, et toute autre forme de harcèlement envers et contre la femme. En France, en 2018, une loi contre le harcèlement dans la rue a été adoptée, une première dans le monde. C’est une étape, mais il reste maintenant à appliquer la loi.

Nous vivons aujourd’hui l’époque de la fin du silence des femmes, un moment où de plus en plus de femmes osent publiquement dénoncer les agressions physiques et sexuelles dont elles sont ou ont été victimes. Dans la rue, au travail, dans les transports publics, dans la famille. Entre mari et femme, il faut se mêler, oui, de leurs querelles, pour éviter une victime de plus, une mort de plus, un féminicide de plus. L’agression physique et sexuelle, le viol, l’attouchement sont des crimes, un point c’est tout. Des crimes qui doivent être punis de manière exemplaire, quel que soit le pays, n’en déplaisent à certains juges qui ont l’intestin grêle lié au cerveau.

C’est le moment des Femen et du mouvement #metoo. Oui, il s’agit d’un soulèvement plus que d’une autre lutte féministe revendicative. Les femmes ont décidé d’élever la voix, de lever le poing, de crier “Ça suffit !” et de hurler “Non c’est non!» Elles ne demandent plus la permission d’exister. Elles ont compris que si elles demandent gentiment ce ne sera pas suffisant. Parce qu’elles se rendent compte que même si elles se battent depuis plus de 150 ans pour être considérées tout simplement comme les égaux de leurs compagnons masculins dans la société, elles ne le sont toujours pas.

Le cri des femmes

Le mot japonais “shufu” désigne la femme au foyer, celle qui se marie, abandonne son travail et reste à la maison pour s’occuper des enfants, de son mari et de son foyer. Malheureusement, au Japon aujourd’hui, shufu est presque synonyme de “josei”, le mot japonais pour femme. La femme subordonnée, obéissante et servante, ben voyons! Si le Japon est considéré, comme la Suisse, comme l’un des pays les plus développés au monde, alors nous devrions reconsidérer le degré de civilisation de ces pays, et des pays où nous vivons, par la façon dont les femmes y sont traitées.

Ne parlons même pas des cas où les États s’appuient sur la tradition ou la religion pour justifier la manière dont la loi maltraite les femmes, où il est légal que le mari viole sa femme, puisque ça se passe au sein du mariage, où le mari est acquitté s’il tue sa femme adultère, où il est considéré normal de forcer des filles mineures à se marier contre leur gré, et donc à être violées pendant leur nuit de noces, où est autorisée la mutilation des organes génitaux des filles par l’excision afin qu’elles n’aient jamais de plaisir dans leur vie sexuelle. Des rituels d’horreur qu’aucun être humain ne devrait subir. Dans ces pays, les lois ne protègent que les hommes !

Et est-ce pire là-bas ou dans nos pays occidentaux, où la discrimination dont les femmes sont victimes existent de façon à peine voilée ? Que dire lorsqu’une femme se plaint d’être victime de harcèlement sexuel au travail et qu’elle finit par être licenciée ? Oui, ici aussi au Luxembourg, c’est ainsi que de telles affaires sont résolues dans de nombreuses entreprises, des plus insoupçonnées du pays !

La discrimination à l’égard des femmes est partout. Dans nos pays, dans nos sociétés, où nous nous considérons fièrement modernes et progressistes et où nous semblons tous déjà gagnés à la cause féminine, qui fait le ménage à la maison?

“Je vais t’aider, chérie !” dit le mari, en pensant être consciencieux et solidaire.

“Non, tu me m’aides pas! Tu fais juste ta part, tu vis ici aussi !”, lui rappelle sa femme, car il oublie trop souvent qu’ils ont tous deux un emploi, qu’ils ont tous deux les mêmes droits et devoirs. Mais, finalement, l’un a plus de droits et l’autre plus de devoirs.

Oui, parce que c’est une question qui ne concerne pas que les femmes. Mais aussi, et je dirais surtout, les hommes ! Vous qui êtes un homme, vous êtes-vous déjà demandé aujourd’hui ce que vous avez fait pour l’égalité des droits de votre femme, partenaire, mère, fille, sœur ? Le monde ne change que si nous commençons par nous-mêmes !

La question de l’écart salarial entre femmes et hommes semble également être résolue dans les pays occidentaux, mais ce n’est que du sable jeté aux yeux (des femmes!). Les États se défendent en disant qu’ils ont déjà légiféré en la matière. Mais dans la pratique, rien ne se passe. Comme en Suisse. Comme au Portugal. Comme au Luxembourg. Le constat est triste et affligeant.

Et c’est pourquoi cette Grève des Femmes est surtout un cri des femmes, plus qu’un appel, c’est un coup de poing sur la table qu’elles donnent, pour que les hommes réfléchissent au rôle réducteur auquel ils vouent leurs compagnes, mères, filles, sœurs.

Se rendent-ils compte que beaucoup d’entre-elles travaillent 8 heures ou plus par jour et qu’en rentrant à la maison elles ont les tâches ménagères qui les attendent, le dîner, la vaisselle, le repassage? Et le mari sur le canapé en train de regarder le foot ou au café en train de se détendre avec ses amis ! Car beaucoup de gens pensent encore ainsi : l’homme travaille, la femme s’occupe de la maison et des petits ! Est-il juste de condamner la femme à une double journée ?

Les mentalités ne changent que si l’homme le veut. Et la femme. Oui, les deux ! Parce qu’ils construisent tous deux la société. Et en premier lieu, ils construisent la famille. Et en tant que parents, ils ont le rôle primordial, le devoir, d’élever leurs fils et leurs filles avec la notion de ce que signifie l’égalité entre eux, l’égalité en droits et en devoirs, que ce soit dans la société ou dans la cellule familiale.

Ce n’est qu’en 1945 que l’ONU a adopté une Charte de principes établissant l’égalité entre les genres, ce qu’Olympe de Gouges avait déjà fait en 1791 avec sa « Déclaration des droits de la femme et de la citoyenne ». En attendant, nous sommes en 2020, le glorieux 21e siècle et… et nous continuons à parler de l’égalité des genres une fois par an, à l’occasion du “8 mars – Journée internationale de la femme”. La vraie victoire aura lieu le jour où il n’y aura plus de Journée de la Femme.

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