A capital francesa é invadida diariamente por um verdadeiro enxame formado por cerca de 15.000 trotinetas eléctricas, operadas por empresas como a Lime. Mas apesar de mais de 1,2 milhões de clientes utilizarem regularmente este tipo de serviço, a presidente da câmara, Anne Hidalgo, está a considerar acabar com o negócio.
Segundo a responsável pela cidade, abundam os acidentes e o constante abandono em cima de jardins, nos passeios e até no fundo do Sena não as torna tão amigas do ambiente como seria de esperar.
Só nos primeiros oito meses de 2022, foram 337 os acidentes em que estiveram envolvidas trotinetas, um incremento de 36% face ao mesmo período do ano anterior. Como se isto não bastasse, há também as mortes que mancham este sector, vitimando muitas vezes turistas, precisamente o tipo de cliente que Hidalgo e todos os comerciantes parisienses desejam preservar a todo o custo.
Conscientes de que as trotinetas elétricas são extremamente populares na capital, proporcionando uma viagem a cada quatro segundos, os operadores contam com a renovação do contrato, agendada para Fevereiro de 2023. Mas a presidente da câmara não parece inclinada a manter a operação destes pequenos veículos de duas rodas, prometendo uma decisão para as próximas semanas.
Segundo as empresas de aluguer de trotinetas, Paris já tem das regras mais rígidas entre as capitais europeias, limitando a velocidade a 10 km/h em algumas zonas da cidade e impedindo os utilizadores de utilizarem o motor em parques, reduzindo ainda mais a velocidade. As empresas que exploram este tipo de serviços estão a desenvolver formas de impedir os utilizadores de circularem com passageiro, só não tendo ainda descoberto uma solução para evitar que muitas trotinetas acabem no fundo do rio Sena, o que obriga mensalmente à mobilização de equipas de mergulhadores para as pescarem.
Resta aguardar pela decisão de Anne Hidalgo, que certamente será analisada pelas restantes capitais europeias. Não sendo de afastar a possibilidade de outros presidentes de câmara de grandes cidades aplicarem às trotinetas de aluguer a solução preconizada por Anne Hidalgo.