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Dullmea e Ricardo Pinto apresentam “Orduak”

Dullmea é o projeto de música de Sofia Faria Fernandes, que faz uso da voz e de um circuito eletrónico de pedais, improvisando sobre estruturas previamente compostas. “Orduak” é o novo álbum, com lançamento a 25 de novembro, e que conta com a colaboração do músico Ricardo Pinto.

Orduak é uma vertiginosa descida às profundezas de um não-lugar feito de abandono e desolação: “a meditação de um bêbedo, o enigma da vida inefável, o sono infinito. Atravessámos um poema estilhaçado e espalhado por brechas ruidosas, resgatámos uma memória de voz humana, de língua.”

Dullmea convidou Ricardo Pinto a colaborar na composição deste álbum por ambos partilharem uma certa obsessão por harmonia. “Começámos a trabalhar a partir das palavras “Ao fundo mais fundo / Nem fogo, nem vento, nem sopro / Sempre este sono, esta sombra de giz”, uma pequena frase sem grande significado, mas com sons interessantes e bastante característicos da língua portuguesa. A ideia era criar quase que uma pintura com estes sons, o que deu origem a uma peça de três andamentos a várias vozes. Depois, desintegrámos esta peça e fundimos os seus estilhaços com ambientes mais sombrios, com electrónica e noise. O resultado é um mundo ficcional, o não-lugar mais profundo que se possa imaginar, onde se pode até ouvir a meditação de um monge bêbado ou entrar em contacto com o reino Archaea”.

Sofia Fernandes (Dullmea) formou-se em música como violinista na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo e fez parte de várias orquestras clássicas sob a direcção de inúmeros maestros relevantes. Foi em abril de 2016 que a artista criou o pseudónimo Dullmea, tendo produzido e editado nessa mesma altura o seu álbum de estreia, Keter, calorosamente recebido por rádios internacionais (Alemanha, Suíça) e críticos como Jonathan Levitt (Nova Zelândia). Dona de uma sonoridade minimalista e bastante experimental, Dullmea procura envolver os ouvintes numa escuta mais participativa e menos passiva. Desde 2018 tem atuado em vários países como Espanha, Holanda, Brasil, Alemanha e Dinamarca, tendo passado também pelo ZigurFest (Lamego). Destacam-se também os concertos no Festival LEM (Barcelona, ES), no Museu de Arte Contemporânea Ibirapuera (São Paulo, BR), na Exposição “Obedience and Defiance” de Paula Rego (Milton Keynes, EN) e Frameless Series (Munique, DE).

Ricardo Pinto, um dos mais relevantes criadores de música para teatro do país, é um prolífico “homem do Renascimento”. Com formação superior em piano jazz, multi-instrumentista e engenheiro de som autodidacta, Ricardo é autor de um imponente portfólio de dezenas de bandas-sonoras e uma discografia que inclui álbuns galardoados em domínios que vão da música improvisada ao metal progressivo, tendo levado muitos destes trabalhos aos mais importantes palcos nacionais. Acompanhou Dullmea em concertos em Portugal, Espanha, Alemanha, Dinamarca, Inglaterra e São Paulo. É diretor musical do Ensemble – Sociedade de Actores, prestigiada companhia de teatro com um legado incomparável no panorama cultural português.

Verdadeiro oásis no panorama nacional, Dullmea é a máscara que Sofia Faria Fernandes enverga em palco, não para se esconder, mas antes para sublevar a introspeção que a sua música é capaz de gerar. Dullmea é comparada à islandesa Bjork, quando usa apenas a voz como único e derradeiro instrumento.

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