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Diabo na Cruz anunciam fim da banda

Os Diabo na Cruz decidiram terminar com o projeto e fazer todos os concertos da atual digressão sem o vocalista, Jorge Cruz, numa decisão de comum acordo, disse esta terça-feira à Lusa o agente da banda, José Morais.

“O Jorge já não se sentia bem a fazer o que fazia e o projeto chegou ao fim. Estava combinado que o disco [“Lebre”, de 2018] fazia o fecho, e depois os concertos, mas o Jorge achava que já não faz sentido fazer esse papel”, disse.

Nos cerca de 20 concertos que os Diabo na Cruz têm agendado até ao final da digressão, o guitarrista Sérgio Pires assumirá o lugar de Jorge Cruz e entra Daniel Mestre para o lugar de guitarrista.

Segundo José Morais, a decisão de terminar foi de comum acordo entre todos os músicos que integram os Diabo na Cruz: Bernardo Barata, João Pinheiro, João Gil, Manuel Pinheiro, Sérgio Pires e Jorge Cruz.

Os Diabo na Cruz revelaram nas redes sociais que “após 11 anos de existência, irão terminar a carreira da banda no final da tour deste ano”, sem a presença de Jorge Cruz, e deixaram um agradecimento aos “fervorosos fãs da banda com quem estabeleceram um vínculo inesquecível”.

Os Diabo na Cruz editaram em outubro passado o álbum “Lebre”, quarto de originais da discografia e que coincidia com uma década de vida.

“Em dez anos as coisas mudaram bastante e aquilo que era muito ‘punk rock’ fazer-se, agora seria redundante. Portanto tivemos que encontrar um caminho novo e foi no sentido de uma maior profundidade, um mergulho maior nas questões do interior, menos relacionadas com as cidades, […] nas questões mais perenes sobre laços, perguntas, dúvidas, de pertença, onde é a nossa casa”, afirmou na altura Jorge Cruz, vocalista e compositor do grupo, em entrevista à agência Lusa.

Os Diabo na Cruz surgiram em 2008 para mostrar um rock embebido na música tradicional portuguesa, inspirado na tradição oral, na polifonia de vozes e ritmos de percussão rural.

A propósito de “Lebre”, Jorge Cruz recordou que o disco foi feito depois de uma longa e desgastante digressão, ancorada no registo anterior, “Diabo na Cruz”, de (2014).

“Essa reflexão e esse balanço que nós iniciámos no momento de pausa a seguir à ‘tournée’ levou-nos a olhar para trás, a ver o que tínhamos feito. Lançámos as nossas compilações. Olhámos para a nossa obra à procura de que acrescento lhe poderíamos trazer com um quarto disco”, referiu.

“Lebre” surgiu num outro contexto, diferente de há uma década. Em 2009, o álbum de estreia, “Virou!”, sublinhava uma “portugalidade estereotipada” que não era comum na música portuguesa.

Hoje, “essa imagem estereotipada está em todo o lado, nas lojas de ‘souvenirs'”. “Estamos num país ‘folclorizado’, gentrificado, para turistas, que tem uma economia virada para esse tipo de imagem estereotipada”, lamentou.

Já nesta nova digressão, os Diabo na Cruz atuaram em novembro passado nos coliseus de Lisboa e do Porto.

Para os próximos meses tinham já sido anunciados concertos, por exemplo, em junho nos festivais Rádio Faneca (Ílhavo) e Med (Loulé), em agosto no Bons Sons, em Cem Soldos, e em outubro no Campo Pequeno, em Lisboa, no espetáculo EA Live.

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