Hoje é dia dos namorados e ontem foi dia da rádio e do preservativo.  O dia internacional do preservativo calha bem ser um dia antes do dia dos namorados, e aposto que a seguir vai ser dia da “pílula do dia seguinte”.

E para quem não comemorou o dia do Preservativo ou o dia da “Pílula do dia seguinte”, pode esperar  10 semanas para comemorar o dia da “Interrupção Voluntária da Gravidez”, e caso não comemore, pode ser que no dia 14 de Novembro seja o “dia da criança”.

Há dias e padroeiros para tudo, inclusivamente doenças e profissões, e por falar em dias, o meu é o Dia de Todos os Santos.

Quanto ao dia dos namorados devo dizer que nunca comemorei, não tenho nada contra quem comemora, até compreendo que me tentem impingir tal tema, o que me chateia é acharem que lá porque me estou a marimbar para o dia de S. Valentim, que amo menos ou dou menos importância ao amor, como se essa comemoração tivesse um cariz obrigatório ou fosse um teste qualquer.

Por falar nisso, hoje andei um pouco a pé e passei por um banco de jardim onde estava um casal de namorados já um pouco entradotes, e enquanto ela falava, ele estava muito entretido a cortas as unhas dos pés com um corta unhas.  É claro que a imagem é idílica, é tudo o que não deveria acontecer, mas eles pareciam satisfeitos e tranquilos e pelo menos ele estava com atenção ao que ela dizia.

Pelo menos, é mais genuíno do que um tipo ir jantar com a namorada e aproveitar o momento para limpar a carteira de papéis que já não interessam e despeja-los no cinzeiro, ou estar a falar à nova namorada da desgraçada com quem esteve casado dez anos e que lhe fez a vida negra, ou passar um refeição inteira a olhar para o telemóvel e sempre responder a mensagens, ou embebedar-se no final, ou a vangloriar-se sem ter tempo de ouvir o que a namorada tem para dizer.

O importante não é comemorarmos o Carnaval, o Natal, o dia dos namorados, ou a Santa Eufémia, o importante mesmo é comemorarmos a felicidade com as pessoas que nos fazem feliz.