Daniel Bastos: migrações Portugal-Brasil obrigam-nos a dever de memória
Historiador, professor e colunista do BOM DIA, Daniel Bastos conhece bem a realidade da emigração portuguesa para o Brasil. Mas referimo-nos à emigração que se iniciou no século XIX e que viria a marcar a paisagem arquitetónica de Fafe.
“Os brasileiros de torna-viagem deixaram uma marca na cidade de Fafe através das casas que construíram”, explicou Bastos, mas também em edifícios de relevo tais como o Hospital da Misericórdia da cidade minhota.
São também os emigrantes portugueses de regresso do Brasil que consolidam a indústria têxtil em Fafe, nomeadamente com a Fábrica do Bugio ou a do Ferro.
Daniel Bastos recorda que “os brasileiros ricos eram execeção” e que muitos dos portugueses de Fafe que procuraram melhor vida do outro lado do Atlântico “morreram lá, na pobreza”.
O historiador “saltou” para o presente e para a forte imigração que Portugal regista de brasileiros falando assim de um “dever de memória”. Para Bastos, depois de emigrarmos para o Brasil devemos agora acolher os brasileiros que procuram melhores condições em Portugal.
Daniel Bastos falava no seminário “Migrações – passado, presente e futuro”, que integrou o programa da Festa do Emigrante e teve lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal de Fafe, no dia 8 de agosto.
Do programa constaram intervenções, entre vários convidados, do Presidente da Câmara Municipal, Antero Barbosa, do presidente da Associação Empresarial de Portugal, Luís Miguel Ribeiro, e de Hermano Sanches Ruivo, presidente da Associação ACTIVA – Groupe d’Amitié France Portugal des Villes et Collectivités Territoriales, e atual vereador da Câmara de Paris.