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Covid-19: chefe de Estado critica atuação da UE

O Presidente da República considerou esta sexta-feira que no plano europeu têm sido dados passos tímidos e insuficientes para reagir à pandemia da covid-19, e defendeu que este é um momento crucial que exige uma União Europeia corajosa.

Em resposta a questões dos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou, em particular, que não se tenha avançado até agora “no domínio daquilo que seriam os ‘eurobonds’, que Portugal tem defendido e vários países têm defendido”.

“Há países que têm resistido, são poucos, é uma minoria. Têm resistido a passos mais claros, menos tímidos, mais solidários e mais determinados. Eu considero que é um erro essa resistência, porque é nos momentos cruciais que se vê a capacidade de afirmação das instituições”, afirmou.

Segundo o chefe de Estado, “a Europa deu passos, mas são passos ainda insuficientes, são passos tímidos”, como as decisões de haver “um financiamento para enfrentar a crise, definido em princípio – agora há que concretizar as condições” e de “libertar da rigidez das regras do défice para que os Estados possam atuar enfrentando as crises económicas e sociais”.

Em relação a este último ponto, advertiu que “convirá no futuro definir exatamente o que é que isso significa quando se vier a calcular a incidência nos orçamentos de cada país”.

“Esta crise é um momento essencial para se ver se a Europa quer ser mesmo Europa corajosa, determinada e virada para o futuro, ou se quer esperar mais três meses para ver o que dá o processo sanitário, fazer a avaliação económica e social e depois decidir”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que as pessoas que estão sem receber salários ou vão perder o emprego e as empresas que estão em dificuldades “não têm três meses para esperar pelas dúvidas e hesitações dos decisores políticos”.

“E os decisores políticos europeus têm de perceber que isto não é um problema de uma economia, outra economia, de um país, de outro país. Isto é um problema da Europa, porque toda a Europa está a enfrentar o vírus, toda a Europa vai enfrentar as consequências económicas e sociais do vírus”, reforçou, questionando: “Por que é que se há de esperar não sei quantos meses para perceber aquilo que pode perceber mais cedo?”.

O chefe de Estado referiu que “a Europa já nos últimos tempos tinha vivido divisões grandes em certos aspetos fundamentais, o que levou ao adiamento de tomadas de posição importantes, sobre o financiamento para o futuro, sobre as migrações, sobre os refugiados, nalguns domínios da sua política externa”.

No seu entender, contudo, Portugal “tem trabalhado na primeira linha da unidade europeia, tem feito tudo para coser o que muitas vezes não tem estado cosido”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas após ter recebido no Palácio de Belém o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses e as bastonárias das ordens dos enfermeiros e dos farmacêuticos.

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