Um diplomata norte-coreano advertiu os EUA que se destacarem meios estratégicos na península e continuarem exercícios militares com a Coreia do Sul, Pyongyang pode considerar as ações como uma “declaração de guerra”.
“Deve entender-se que, se os EUA continuarem as suas práticas hostis e provocatórias, (…) apesar dos nossos repetidos protestos e avisos, isto poderá ser considerado como uma declaração de guerra”, salientou Kwon Jong-gun, diretor-geral para os assuntos dos EUA no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, num texto publicado pela agência de notícias estatal, a KCNA.
“A única forma de evitar o círculo vicioso da escalada da tensão militar na península coreana e na região circundante é através de ações claras”, que consistem em “os Estados Unidos abandonarem o compromisso de utilizar meios estratégicos na Coreia do Sul e suspenderem todo o tipo de exercícios conjuntos contra” a Coreia do Norte, acrescentou Kown.
O diplomata condenou o facto de Washington ter pedido a intervenção, esta semana, do Conselho de Segurança da ONU por causa do lançamento de um míssil balístico intercontinental que atingiu as águas da Zona Económica Especial do Japão.
Kwon insistiu que tais testes constituem o “direito legítimo de autodefesa de um Estado soberano” e que a ONU está a ignorar atos que “aumentam a tensão militar, tais como a utilização de meios estratégicos e exercícios militares conjuntos EUA-Coreia do Sul em grande escala”.
Por outro lado, afirmou também que a visita esta semana de militares sul-coreanos a uma base norte-americana de submarinos equipados com mísseis nucleares ou o exercício teórico de simulação de um ataque atómico norte-coreano, conduzido pelos dois países há dois dias, “mostra até onde têm ido as suas intenções de confronto”.
A península coreana está a experimentar um nível histórico de tensão após um 2022 em que Pyongyang conduziu um número recorde de testes de armas e em que os aliados organizaram novamente grandes exercícios militares, observando-se o destacamento temporário de meios estratégicos norte-americanos para o sul da península.
Pyongyang, que anunciou hoje ter disparado mísseis de cruzeiro na quinta-feira (o terceiro lançamento nos últimos seis dias), prometeu na semana passada dar uma resposta “sem precedentes” às manobras militares planeadas para março por Seul e Washington.