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Congresso da CCPL

Quando em Maio de 2014 fui convidado a integrar o seu Conselho de Administração (vulgo, Direcção) estava longe de pensar o que de facto é a CCPL (Confederação da Comunidade Portuguesa do Luxemburgo) – face ao que anuncia e que deveria ser: um representante activo da comunidade portuguesa no Luxemburgo. Fui eleito membro do Conselho da Confederação no último congresso e daí eleito à direcção, de onde me demiti passado menos de meio ano por não concordar com a óbvia vontade de fechar sobre si aquela que deveria ser uma organização completamente aberta à comunidade.

A propósito das eleições comunais de Outubro passado escrevi sobre como alguns dos eternos “representantes” da comunidade portuguesa tudo parecem fazer para manter os portugueses desagregados, desorganizados e incapazes de fazer valer a sua voz. A nossa, que é a maior comunidade portuguesa no Luxemburgo (em 2011 era secundada apenas pela comunidade luxemburguesa em 85 das 105 comunas do Grão-Ducado) é incapaz de se reunir para discutir os seus problemas. Discorri nesse texto sobre, e permito-me a veleidade de me citar para garantir que é essa ainda a minha posição, “presidentes eternos, presidentes na sombra, actos eleitorais sabotados pelas próprias direcções, representantes em parte incerta… enfim, um rol de situações sem término”.

Tomemos a exemplo o Conselho Nacional para Estrangeiros onde no mandato anterior havia meia-dúzia de portugueses. A desunião no seio deste contingente não podia ser maior, como aliás o comprovam as notícias saída à época. Neste novo CNE, do qual também faço parte enquanto eleito, existe uma séria empatia entre os portugueses presentes. Essa diferença de atitude deve-se, seguramente, ao facto de haver um aceitar dum espírito de missão que não se deixa suplantar nem cegar por ambições pessoais – como foi notoriamente o caso no mandato anterior do órgão consultivo em cause.

Como já tive possibilidade de referir, e “Tendo, neste momento, contacto regular com cinco associações, não prestando contas nem dando informação da sua actividade ao seu órgão decisor, a CCPL é uma ilha. Uma tragédia no que toca à representação da comunidade portuguesa”. Sendo obrigada estatutariamente a organizar um congresso a cada 2 anos, as últimas duas reuniões magnas da organização portuguesa tiveram lugar em 2015 e 2010. O próximo congresso está a ser organizado para 22 de Abril deste ano – no mais absoluto sigilo. A única informação pública que temos deste acto foi veiculado pelo PSD-Luxemburgo após uma visita à nossa confederação realizada pelo deputado Carlos Gonçalves.

A Confederação da Comunidade Portuguesa do Luxemburgo é gerida, há largos anos e de forma cada vez mais marcada, em perfeita desconexão com aqueles que se outorga representar. Os esforços para reverter esta situação são inexistentes e mesmo combatidos, como se pode depreender pela não implementação da única moção aprovada no congresso anterior, que visava precisamente um aproximar às bases desta que se pretende que seja uma organização de cúpula.

Perante a falta de vontade da actual direcção, que mais não é que um retocar cosmético dum grupelho que comanda os desígnios do nosso representante há quase 20 anos; perante os atropelos à democracia interna da organização; perante o aproveitamento de alguns dos seus representantes para promoção da própria imagem; tenho a comunicar que:

Eu, Mário Lobo, 40 anos, residente em Differdange, membro eleito do Conselho Nacional para Estrangeiros e coordenador da sua Comissão para a Participação Cívica e para as Associações, afirmo ser candidato à presidência da Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo.

Em ocupando o cargo a que me disponho tenho como principal objectivo reestabelecer o contacto com todos aqueles que a CCPL se afirma representar com o propósito de se poder organizar um congresso dentro das normas legais e estatutárias, o que não foi o caso em 2015 nem é o caso em 2018.

A CCPL tem que encetar esforços para, fazendo jus ao que dizem os seus estatutos, ser uma organização de toda a comunidade portuguesa no Luxemburgo. Não faz sentido existir de qualquer outra forma.

Conto com o apoio da comunidade portuguesa nesta tarefa a que me proponho.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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