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Companhia deixa de voar para a Madeira e outras podem seguir-lhe o exemplo

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 A companhia espanhola Volotea vai deixar de voar para a Madeira e outras duas ameaçam abandonar a rota devido ao impacto das condições meteorológicas no Aeroporto Cristiano Ronaldo, revelou o presidente da ANA – Aeroportos de Portugal.

Thierry Ligonnière disse, numa audição na Assembleia Legislativa da Madeira, que a ocorrência cada vez mais frequente de ventos fortes e visibilidade reduzida são o principal motivo para o cancelamento de voos no aeroporto da região autónoma, o que gera um “impacto importante” na economia das companhias aéreas.

“E já há consequências: uma companhia aérea – a Volotea – anunciou que ia deixar de voar para a Madeira por causa das irregularidades e dos cancelamentos provocados pelas situações meteorológicas”, disse, realçando que “mais duas companhias aéreas estão a ameaçar acabar com as suas ligações na Madeira”.

Thierry Ligonnière, ouvido na comissão eventual de inquérito à política de gestão da TAP em relação à Madeira, indicou que a percentagem de voos cancelados por motivos meteorológicos até setembro de 2018 foi de quatro porcento.

Desde que a ANA assumiu a gestão das infraestruturas aeroportuárias em Portugal, em 2012, o número de voos afetados pelo mau tempo na região autónoma tem vindo globalmente crescer: 0,76% nesse ano; 1,22% em 2013; 1,63% em 2014; 1,38% em 2015; 2,76% em 2016; 3,42% em 2017.

O responsável apontou, no entanto, para os estudos em curso – conduzidos pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) – com vista a eventualmente alterar os limites de vento no Aeroporto da Madeira, que são mandatórios, situação que reconheceu ser única no universo dos 44 aeroportos geridos em diversos países pela Vinci, empresa dona da ANA.

Apesar dos condicionalismos meteorológicos, Thierry Ligonnière sublinhou que a ligação aérea entre a Madeira e Portugal tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos, sendo que no caso de Lisboa foi de mais quatro porcento em 2018.

“O interesse da ANA é aumentar o volume de passageiros”, disse, relevando, por outro lado, que existem negociações com o Governo Regional da Madeira no sentido de abrir o mercado a mais uma companhia aérea, para operar regularmente entre a região e o continente.

“As nossas equipas estão constantemente a trabalhar em conjunto no sentido de desenvolver uma concorrência com três companhias aéreas, que tem um efeito regulador dos preços”, afirmou.

O administrador da ANA disse ainda aos deputados que a empresa aplicou seis porcento da receita regular em incentivos às companhias que voam para a Madeira, no sentido de estimular a frequência e a manutenção da rota, num total de 900 mil euros (sete cêntimos por passageiro).

“Em 2019, estamos a apontar para um aumento dos incentivos para oito porcento da receita regular para atingirmos um total de um vírgula cinco milhões de euros de ajuda financeira às companhias aéreas, o que representa mais ou menos um euro por passageiro”, indicou.

Thierry Ligonnière disse, por outro lado, que a política da ANA em termos de taxas aeroportuárias aponta para uma convergência de preços, revelando que em relação à Madeira houve uma redução de seis vírgula dois desde 2012.

“E vamos continuar nesta tendência em 2019”, afirmou.

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