Clube mantém vivo o espiríto português na cidade canadiana de Halifax
O Clube Social Português de Nova Escócia quer “manter vivo” o espírito de Portugal nesta província do Oeste do Canadá, promovendo a cultura nacional, a gastronomia e o encontro entre os emigrantes e luso descendentes.
Taylor Dignan nasceu em Halifax, a capital de Nova Escócia, e preside ao clube, um trabalho voluntário que é partilhado com a mulher. Ela é luso descendente e ele canadiano e ambos partilham a paixão por Portugal.
Contou que a sua casa parece um “míni Portugal”, que o clube de futebol preferido é o Sporting e que depois da primeira viagem até Sever do Vouga, na zona de Aveiro, para conhecer a terra dos pais da sua mulher, já não queria voltar ao Canadá.
“Acordar de manhã e poder ir à padaria comprar pão quente, Halifax é uma cidade ótima mas é um estilo de vida completamente diferente e eu apaixonei-me imediatamente por Portugal”, afirmou.
Este canadiano que trabalha na indústria automóvel disse que tenta conhecer cada vez mais a cultura para se “tornar o mais português que conseguir” e que, por isso, está atento às notícias que chegam de Portugal, exceto as que, por estes dias, estão relacionadas com o Sporting.
A língua tem sido a parte mais complicada mas garantiu que aprender a falar português “é um trabalho em progresso”.
No Clube Social Português da Nova Escócia (Portuguese Social Club of Nova Scotia) são realizados eventos, é servida comida tradicional e apenas vinhos portugueses, as portas abrem-se também para os jogos da seleção nacional de futebol e, na altura do 10 de junho, é realizado um piquenique.
De vez em quando são também organizadas sessões em que mostram cidades e regiões para serem visitadas em Portugal.
“O nosso objetivo é promover e manter a cultura portuguesa viva”, salientou.
Este responsável falava à agência Lusa a bordo do navio-escola Sagres, que se encontra no porto de Halifax, e onde decorreu uma ação de promoção no âmbito do projeto “Norte – com um pé dentro…”, que está a ser implementado pela Associação dos Empresários Turísticos do Douro e Trás-os-Montes (AETUR), com sede em Vila Real.
Presente no evento estava também Amanda Babin, uma lusodescendente que, conjuntamente com o marido, faz parte da direção do clube.
“O espírito português está apenas vivo no clube. É o único sítio, a única coisa que resta na Nova Escócia que mantém o espírito português vivo”, referiu.
Neste território, salientou, não há restaurantes ou lojas referentes a Portugal. Pela Nova Escócia espalham-se cerca de 4.000 portugueses e lusodescendentes.
Fernando Nunes, professor na universidade Mount Saint Vincent, nasceu em Lisboa e está no Canadá desde os oito anos. Esteve em Toronto, passou dois anos em Portugal e depois estabeleceu-se em Halifax.
“Os portugueses aqui estão muito bem integrados. A maior parte deles fala bem o inglês, muitos deles já são como eu de segunda geração e estão casados com pessoas que não são portugueses, mas que ainda mantêm o espírito de comunidade vivo”, salientou.
O clube colabora também com o Consulado-Geral de Portugal em Montreal, que, por ano, faz duas permanências na cidade de Halifax.
Ou seja, faz deslocar uma equipa e equipamento eletrónico para Halifax onde faz passaportes, cartões do cidadão e outro tipo de documentos ligados à área comercial.