De que está à procura ?

Colunistas

Chamas

© DR

Deitada de corpo a arder e a arder anda um país neste Julho de 2022.
Já não se consegue contar os fogos que continuam a renascer e a explodir sem fim aqui e ali neste Portugal de chamas.
Procuramos refrescarmo-nos por aí mas o corpo já não nos pertence.
Ele agora é da canícula que dirige tudo e todos.
Seres ao monte e nos montes sem dormir, uns já sem casa outros a procurar acabar com as labaredas sem fim.
Os pulmões já não querem mais este cheiro a queimado.
O céu virou escuridão e vulcão aberto e omnipresente.
E eu, eu que desejei tanto aqui estar, parei no tempo.
A tolerância é zero, nada de fogueiras, nem nada de máquinas nas florestas etc. etc.
E eu, eu no meu canto, vejo todas as noites desenhar-se no céu vermelho foguetes e foguetinhos a festejar aniversários ou datas.
Que maravilha viva a liberdade!
Ninguém pode impedir ninguém de festejar e largar foguetes alegres e poderosos… assim é a mediocridade alheia que tende a ser a besta à solta sem tino nenhum.
No meio de tanta miséria humana existem os bombeiros, esses heróis que vivem para nós e nos ajudam sempre a continuar nesta vida.
E eu, eu vou mais uma vez ao duche, eu, eu vou mais uma vez beber água e esperar um momento mais calmo e menos louco sem sentido.
Tudo isto é a procura da natureza a existir no desequilíbrio do ser humano.

Um grande obrigada a todos os bombeiros e a toda a população empenhados no terminar de cada chama.

BV140722

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA