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Central de leitura

Nesta minha central de leitura e dos versos 
Vem ter comigo à noite muitas pessoas
Shakespeare, Natália. Lá fora ficam os perversos 
Só deixo entrar na central de leitura gente boa.

Chegam de madrugada, são muitos repentistas
Artistas do fado, e outros cantadores 
Gosto muito de os ouvir, são bons artistas
Vem em bicos de pé, enfim, são mesmo uns amores.

Não deixo entrar todos nem os tolos
Nem os sabichões e impostores desta terra 
Nem quem prometa versos e contos a rodos
Dizendo que sabem tudo que a vida encerra.

Nesta minha central de leitura e da fantasia
Contemplo ainda os humildes da infância 
Pois me trazem palavras com muita alegria 
Trazem um bom espírito e também distância.

Por fim rebentam as rimas e se criam raízes 
A poesia brota e a leitura é como um areal 
Não causa mágoas, nem nenhumas cicatrizes 
Nesta central de leitura, cada poema é bem real!

José Valgode

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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