1- O resultado alcançado pelo CDS nas eleições legislativas foi trágico, mas não pode ser encarado como o fim do partido, antes sim, como a oportunidade para um recomeço. O CDS faz falta a Portugal.
2- Em democracia não se cresce, subtraindo. O maior património do CDS foram sempre seus quadros, os seus militantes, os seus dirigentes. Se foram muitos os que nos últimos anos deixaram o partido, para emprestarem o seu voto a outras opções políticas, certamente não apreciaram, nem quiseram, que o CDS perdesse a sua representação parlamentar. Peço-lhes que voltem e nos ajudem nos desafios tao difíceis do futuro próximo.
3- Do mesmo modo, faço um apelo aos nossos militantes para que não baixem os braços . Acreditem que superar esta crise vai ser possível, mas para tanto, o CDS precisa de todos.
4- O CDS está ferido, mas não de morte. O partido está implantado a nível nacional, governa sozinho 6 autarquias, muitas mais em coligação, e está presente nos governos regionais dos Açores e da Madeira.
5- Tinha advertido que o cancelamento de um congresso já agendado, com candidatos anunciados, a 24 horas da eleição de delegados, a par da suspensão do tribunal do partido, impedindo-o de dirimir conflitos, seriam erros graves que desmobilizariam o CDS e afastariam o eleitorado, por revelarem ao país o contrário do que um partido responsável, respeitador de regras, que aspira a ser governo, deve ser. Embora o resultado agora obtido confirme inteiramente os meus alertas, não tenciono concentrar-me em ajustes de contas com o passado.
6- Sou presentemente o único deputado com mandato e palco nacional e europeu do CDS. Nunca virei as costas ao meu partido e não abandono o CDS no momento mais difícil da sua história. Uma coisa quero garantir: no que de mim depender, o CDS não acaba aqui.
7- Farei um conjunto de contactos para confirmar que há condições institucionais e práticos para que o CDS possa começar um caminho novo, unificador, mobilizador e respeitador.Apurando-se esse quadro de normalidade, serei candidato à presidência do CDS no próximo congresso.
Nuno Melo