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Cada vez mais professores de português nas universidades americanas

A contratação de professores de português nas universidades norte-americanas está a demonstrar uma recuperação, após anos de redução, disse à Lusa o presidente da Organização Americana de Professores de Português (AOTP, na sigla original), Luís Gonçalves.

Entre setembro e novembro, surgiram vários anúncios de vagas para professores de português em universidades e outras instituições nos Estadps Unidos, avançou o professor, à margem do I Simpósio Virtual Português como Língua de Herança no Mundo.

“Há um estabilizar daquilo que tinham sido perdas no passado”, explicou, referindo que a contratação nesta altura já é “mais robusta” que em anos anteriores.

“Nos últimos anos têm havido muito poucas posições abertas a nível nacional”, adiantou o presidente da AOTP, notando que também na Universidade de Princeton, onde é docente, se verificou “uma subida de interesse” pelo ensino do português.

A língua portuguesa foi este ano reclassificada como crítica nos Estados Unidos, onde só no ensino pós-secundário a Modern Language Association contabilizou dez mil alunos em 2016.

A AOTP prepara-se agora para lançar o novo número do seu jornal académico, Portuguese Language Journal, que deverá sair no final de novembro. No primeiro trimestre de 2019, irá editar um livro com as propostas apresentadas na conferência presencial que decorreu em agosto.

Está também prevista a continuação dos simpósios virtuais depois do primeiro teste deste sábado, que foi dedicado especificamente ao português como língua de herança e reuniu 227 professores de todo o mundo, mais do dobro do que o previsto.

“Juntar tantas pessoas de tantas partes do mundo ao mesmo tempo para um evento de português como língua de herança nunca houve, é a primeira vez”, adiantou Luís Gonçalves, explicando que muitos destes professores ensinam em regime de voluntariado e não existem meios para deslocações ao evento anual.

“Estamos a tentar preencher um vazio. As pessoas sentiram-se muito identificadas e menos sozinhas”, comentou o responsável.

O simpósio teve quatro palestrantes de diversos pontos do mundo e focou-se em novos métodos e pesquisas para o ensino do português como língua de herança, tendo atraído não apenas professores da diáspora portuguesa mas também brasileira, angolana e cabo-verdiana.

Um dos destaques foi a metodologia do “translingualismo”, que defende a utilização do conhecimento que as crianças têm de outras línguas para aprender uma língua nova, em vez de recorrer ao método de “vamos falar só em português”, explicou Luís Gonçalves.

Para os próximos eventos, a AOTP pretende recorrer a patrocinadores, de forma a “sair do sistema de voluntariado e pagar aos palestrantes”.

O próximo encontro presencial da associação decorrerá a 8 e 9 de agosto de 2019 na Universidade de Princeton, em Nova Jersey, com o objetivo de “descobrir quais são os projetos que tiveram bons e maus resultados, qual é o novo material que está no mercado e que tipo de pesquisa está a ser desenvolvida que pode ter impacto no ensino de português”.

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