No meu peito vai a dor
No coração o calor,
Na alma entendo amor
E da mão transmito a cor!
No meu peito dorido
De coração sem amor
E nesta alma o colorido
Desta mente a dor.
Neste meu corpo com dor
Espada que rasga o esplendor
É viver vida sem dor
Coração em desamor.
Nas veias corre-me o sangue,
Um sangue que nem meu era
Para que ele não se esbange
Vou domá-lo nesta terra.
E nesta terra, ao derredor
Donde transmito a cor
Sai-me do coração calor
Que me repercute a dor.
Do calor, do coração
Difunde-se muita dor,
Aqui dentro e com amor
Transponho-o com a mão.
Minha mão é uma cana
Bem comprida, das de pesca,
Bem eu sei que sou sacana
Mas minha mão é que pesca.
09/10/1986
Mário Adão Magalhães
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).