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Berta Nunes: Emigrantes só regressarão se tiverem perspetivas

A nova secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, na sua primeira deslocação oficial ao estrangeiro, vai passar alguns dias em França, onde falou sobre o programa Regressar, uma das medidas mais promovidas pelo seu antecessor. Berta Nunes diz que é importante dar condições a quem queira voltar.

“É evidente que as pessoas só regressarão se tiverem uma boa perspetiva de emprego e boas condições. Já há várias pessoas a regressar, o Governo tomou várias medidas como a possibilidade de qualquer cidadão português no estrangeiro poder-se candidatar a ofertas de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional, incentivos financeiros para o investimento e até em termos de impostos”, declarou a secretária de Estado.

Acerca de França disse haver “heterogeneidade” na comunidade, o que torna o seu cargo “complexo”.

“Há realmente uma heterogeneidade muito grande [na comunidade] o que torna ainda mais complexo o trabalho de quem está nesta secretaria de Estado, que tem que olhar para a memória, reconhecê-la e integrá-la para quem deixou o país, mas também os jovens que se sentem 100% franceses e 100% portugueses”, afirmou Berta Nunes.

A secretária de Estado almoçou na embaixada de Portugal em Paris com representantes da comunidade, depois de uma manhã preenchida com visitas ao consulado de Portugal e à Câmara da capital francesa.

Berta Nunes ficará em França até terça-feira, visitando também as comunidades de Bordéus e Lyon.

“O que estou a fazer é conhecer melhor a comunidade, os serviços consulares, as associações. Estou a fazer o diagnóstico, conhecer melhor esta realidade para poder ser mais útil e acrescentar soluções para problemas que ainda não foram resolvidos”, afirmou a governante.

Questionada sobre a falta de experiência no contacto com a comunidade, Berta Nunes respondeu que a sua experiência como autarca de Alfândega da Fé a aproxima dos emigrantes.

“Eu fui 10 anos presidente da câmara de um concelho que tem grande emigração desde os anos 50 do século passado e continua a ter. Eu percebo bem a perspetiva daqueles que partem e tenho de compreender a perspetiva daqueles que estão cá, neste caso, em França”, referiu.

Sobre o tema ‘quente’ em França do ensino de português, a antiga autarca diz tratar-se de uma prioridade do Governo.

“É uma política muito importante a nível de Governo, o ministério e a secretaria de Estado acompanham. O ministro dos Negócios Estrangeiros é ministro de Estado, portanto o acompanhamento é a alto nível, e mesmo em termos de políticas do português há aqui um esforço e prioridade que está a ser dada e vai dar resultados”, considerou a Berta Nunes.

Para a secretária de Estado, o “grande empurrão” tem também de partir da comunidade para inscrever e pedir aulas de português nas escolas públicas.

Com uma agenda recheada em França, a secretária de Estado vai estar na abertura do colóquio “Portugueses e Paris por um Mundo Sustentável”, promovido pela Associação dos Graduados Portugueses em França (AGRAFr) e depois na inauguração da nova Casa de Portugal em Champigny-sur-Marne, partindo no domingo para Bordéus e estando segunda e terça-feira em Lyon.

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