De que está à procura ?

Colunistas

Baunilha e pimenta

– Hum, a tua barba cheira tão bem, que fragrância é?, e dizendo isto acariciou-me docemente o queixo e o rosto com a sua mão pequena, aproximou o seu nariz da minha cara e inspirou fundo como se me snifasse. Beijou-me a barba, deixando os lábios deslizar devagar pelos pêlos com deleite. E voltou a beijar-me a barba, na comissura dos lábios.

– Baunilha, acho que é baunilha – balbuciei, e procurei a sua boca com a minha.

Nasceu um beijo morno, e depois outro, e a minha língua descobriu a sua. As minhas mãos correram-lhe o corpo colado ao meu, arregaçaram-lhe o vestido branco até à cintura, e a minha língua ainda se enrolava na sua quando os meus dedos escorregaram pela renda acetinada e penetraram a sua vulva. Mordeu-me o lábio inferior, agarrou-se aos meus ombros e soltou um gemido contido.

– Não te contenhas, solta-te! – desafiei.

O vestido tinha voado e dois mamilos, como duas rosáceas em flor, observavam-me com espanto quando os engoli de um só trago. A sua pele era quente, doce, macia e cheirava a pimenta. Quando finalmente se sentou em mim como num trono ambicionado era como se o meu corpo já conhecesse o seu.

Cavalgou em mim incansável e esforçada, como se estivesse numa cruzada de fé e adoração. No seu rosto transfigurado o suor, a saliva, a baba dos beijos sófregos das nossas línguas esputas, os cabelos encharcados numa batalha pelos olhos e pelos lábios. De rompante arrebatei-a com força até que soltou um ralo rouco, cravando as unhas nas minhas costas e deixando tombar o seu peito no meu e o seu rosto no meu ombro. Eu reforcei as estocadas que ela aguentou com valentia sem derimir. Quando me vim finalmente nela em cachão ficou extática, pasma, já alheada.

Agora, aqui jaz, o descanso da guerreira, silhueta curvilínea que se estende ao longo da minha, coxas demasiado grandes, nádegas bem desenhadas, que recuam durante o sono e procuram a concha do meu corpo para se abrigar, o conforto da posição, a coluna vertebral saliente divide as costas como se serpenteasse, os ombros alvos de beijar e também eu adormeço.

JLC14042017

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA